Pesquisas

PESQUISAS

Acesse os resumos das pesquisas em andamento ou concluídas dos pesquisadores, de doutorado, mestrado ou iniciação científica (PIBIC e PIVIC).

9 respostas para Pesquisas

  1. Adilson Pereira de Oliveira Junior disse:

    A METRÓPOLE E A MOBILIDADE: PROPOSTA DE ESTUDO

    A cidade fervilha a cada dia… ônibus superlotados parecem querer vomitar os passageiros depois de uma congestão; nervosos carros buzinam vendo a cada esquina um obstáculo, um sinal, um motoqueiro, um ciclista, um pedestre, cena que nos remete ao Sr. Volante, personagem marcante de Wall Disney; motos serpenteiam entre os carros, aproveitando sua silhueta para levar sua parcela brasileira de vantagem diária, risco muitas vezes tragicamente recompensado; bicicletas seguem espremidas entre o carro e o meio fio ou disputando com os pedestres um espaço em calçadas esguias e esburacadas.
    Esse cenário se repete nas grandes cidades brasileiras. Debater a Região Metropolitana é uma tarefa árdua principalmente pela difícil tarefa de se buscar uma leitura que seja ampla o suficiente para dar conta de sua complexidade, mas com foco que permita analisar as especificidades de cada caso. Além dos constantes congestionamentos no trânsito, a matriz rodoviarista (Maricato, 2011) da política de transporte brasileira trouxe problemas como o aumento exponencial da poluição atmosférica, a falta de respeito para o compartilhamento das vias e a conseqüente explosão no nº de acidentes de trânsito, o quase exclusivismo dos investimentos estatais na ampliação da rede viária urbana e interurbana e a relação patrimonialista das empresas operadoras em relação de ônibus (MCidades, 2004).
    Por outro lado, o problema da mobilidade, mais especificamente de sua falta, além de ser o mais visível e sentido no dia a dia da população, atinge o centro nevrálgico do modelo de crescimento de nossas metrópoles: seu crescimento horizontal e disperso. Se a verticalização em excesso gera nós de tráfego intenso, seu oposto gera longas distâncias de percurso, principalmente, se acompanhado, como no caso brasileiro, de grandes vazios urbanos gerados pelo processo de especulação imobiliária. Além disso, se a periferia de nossas cidades é, tradicionalmente, ocupada pela população de baixa renda e os postos de trabalho são localizados principalmente nas áreas centrais (Lago, 2007; Moura, 2010), os custos do transporte coletivo, sempre repassados para os usuários, se elevam ainda mais, onerando a classe trabalhadora pelo problema. Dados do Ministério das Cidades confirmam que quanto menor a renda do trabalhador, maior é o percentual de seus gastos com transporte. E essa tendência vem aumentando nas últimas décadas (MCidades, 2004).
    Assim, estudar a mobilidade urbana é também compreender melhor o processo de segregação socioespacial de nossas cidades. Algumas questões podem ajudar a compreensão desse processo: Para onde a cidade expande e quais as forças que impulsionam ou detém este crescimento? De que maneira, por qual extrato da população e a partir de que usos são ocupadas essas áreas de expansão? Como a política habitacional tem agido no processo de dispersão urbana? Quais os principais usos das áreas centrais, foco principal das viagens? Tem havido modificações nesse cenário? O modelo de transporte adotado é o que melhor se adéqua a essa realidade? As intervenções do poder público (realizadas e propostas) vão na direção de resolver ou agravar ainda mais os problemas de mobilidade na RMGV? Essas questões, provavelmente, se desdobrarão em outras e ajudarão a compreender a realidade urbana brasileira.

  2. Flávio Palhano Fernandes disse:

    por Flávio Palhano Fernandes
    Dentro da proposta do recém-criado Grupo de Estudos de Regiões Metropolitanos exponho aos companheiros um esboço do que pretendemos transformar num futuro projeto de doutoramento (mas que, por enquanto, ainda se encontra no campo das ideias) dentro da seguinte temática do Grupo: “As operações urbanas / os projetos urbanos e os projetos industriais e portuários: expansão da cidade de exceção?”
    Praticamente todas as semanas são noticiadas pela mídia reportagens que mais parecem anúncios publicitários governamentais e empresariais sobre grandes projetos que “transformarão” a Grande Vitória. Foi esta a expressão utilizada no jornal A Gazeta, publicada no último dia 7 de abril: “Nos próximos anos, a população da Grande Vitória vai presenciar uma verdadeira transformação na paisagem urbana das cidades. Se as megaconstruções prometidas pelo Governo do Estado e prefeituras realmente saírem do papel, o Espírito Santo terá projetos dignos de países desenvolvidos, que vão influenciar, principalmente, a mobilidade urbana e incentivar o turismo.” (A Gazeta (versão online), 7/04/2012)
    Nesta reportagem são elencadas algumas obras efetivamente importantes na minimização do problema da mobilidade urbana na Grande Vitória (obviamente sem atacar o uso crescente do automóvel), mas o que mais chama a atenção é a lista de projetos econômicos e turísticos que são propostos para a região metropolitana de Vitória, onde podemos destacar: “Superporto de Vila Velha” e o projeto “Serra do Futuro”, do arquiteto Jaime Lerner, previsto para a área do entorno do Mestre Álvaro.
    Tais projetos são colocados como única saída para a “competição global entre cidades”. A ameaça da perda de grande volume de renda no caso de uma nova divisão dos royalties do petróleo acaba servindo como justificativa para não “perder as oportunidades do mercado”. Em termos ideológicos, como já fora exposto por Carlos Vainer, o discurso dominante é o da crise (econômica) da cidade como problema de “todos”, e que neste sentido busca propagar a necessidade de um consenso que abarque toda a diversidade de moradores do município, vestindo todos “a mesma camisa”, e abraçando juntos um projeto idealizado (contraditoriamente) pelo capital privado e apoiado por setores do Estado, e que vai considerar como inimigos do “desenvolvimento” qualquer empecilho que impeça a instalação de grandes projetos econômicos. Neste sentido áreas de proteção ambiental, ocupações de pobres em vazios urbanos e sítios históricos são considerados verdadeiros entraves!
    A nosso ver estes são os pressupostos dos projetos urbanos – industriais propostos para a Grande Vitória: polos industriais na área rural de Vila Velha; aprovação de leis municipais autorizando a instalação de condomínios fechados nos municípios de Serra e Cariacica; construção de “superporto” em Vila Velha; etc.
    Este modelo de planejamento territorial municipal – metropolitano de caráter fortemente economicista vai totalmente contra a perspectiva que se espera de um planejamento urbano baseado na participação popular como exige o Estatuto da Cidade, de 2001. Daí a ideia de cidades de exceção… Não só por excetuarem boa parte da população moradora da cidade das benesses realizadas pelo poder público para a reprodução do capital privado, mas exceção principalmente em termos de afrouxamento de leis, como a mudança de cima para baixo pelo executivo de Vila Velha do PDM local (sem a participação popular), alterando e criando zoneamentos, modificando gabaritos, expandindo o perímetro urbano, dentre outros, com a justificativa de adaptar o município as necessidades de empresas internacionais e com a seguinte ameaça: ou se faz isto ou as empresas irão para outra cidade. E de igual maneira isto também ocorre em Cariacica, Vitória e Serra.
    Sendo assim, é nosso interesse estudar aprofundadamente sobre os projetos urbanos – industriais propostos para a Grande Vitória buscando identificar a profundidade de abertura à participação da população moradora nos quatro municípios mais populosos da Grande Vitória (Vila Velha, Serra, Cariacica e Vitória) em seus principais projetos de “empreendedorismo urbano” (talvez seja importante delimitá-los, ou melhor, pensá-los na perspectiva de influência na alteração do PDM destes municípios).
    No entanto, gostaria também de inserir neste trabalho os ativismos sociais da Grande Vitória, relatando como se dão (e se ocorrem) reações e resistências populares a estes projetos. Em Vila Velha a mobilização de vários setores em torno da alteração do PDM acabou por conseguir suspender as alterações propostas pelo Executivo municipal.
    Desculpem o texto que acabou se estendendo,… e qualquer erro de digitação ou de clareza na exposição das ideias mas como o prazo para envio dos companheiros estava no fim resolvi escrevê-lo e enviá-lo nesta noite de terça num único momento. Acredito que talvez o final seja a parte que mais me interessa, mas queria expor um caminho até chegar a ele… e nisso acabei perdendo o fôlego ao fim. Agradeço questões e contribuições.

  3. Flávio Palhano Fernandes disse:

    Em suma, o que pretendemos discutir são as contradições de um planejamento territorial municipal – metropolitano que nos parece projetar a cidade primeiro para o capital e não para as pessoas, e se há resistências a isto na Grande Vitória.

  4. Josilene Corrêa disse:

    Proposta de pesquisa: Expansão da franja metropolitana e conflitos de uso e apropriação no litoral sul do Espírito Santo

    Josilene Corrêa

    Este projeto objetiva apreender os movimentos que impulsionam a expansão da margem litorânea sul da Região Metropolitana da Grande Vitória, sua situação institucional, o consumo de grandes espaços por meio de grandes empreendimentos privados validados pelo poder público e, finalmente, os conflitos decorrentes da sobreposição de territórios com distintas formas de uso e ocupação, e que vêm promovendo significativas mudanças no cotidiano de seus citadinos.
    As repercussões previstas pelo Grupo de Pesquisa e as interferências no fato metropolitano, levantadas por Ribeiro (2007), apontam possíveis caminhos para desvendar tal enigma por meio da visão sintética da realidade social, primando pelas transformações históricas na sociedade, na técnica, na cultura, assim como nas práticas de intervenção do Estado.
    Neste contexto, destacamos o fervor das políticas públicas de desenvolvimento regional acionadas pelo governo do Estado e reafirmadas pelos poderes municipais, integrando cidades pequenas e médias em uma dinâmica metropolitana materializada nos eixos econômicos legitimados no plano estratégico Espírito Santo 2025 (ZANOTELLI, 2010), cuja expressão material corresponde expansão de grandes infra – estruturas industriais portanto, amplo consumo de espaços, principalmente na zona costeira pois, além de dispor de valiosos recursos minerais, também constitui nó fundamental na logística de transporte de commodities.
    Portanto, a temática merece atenção por abranger toda a sorte de desafios diante da complexidade urbana, culminado em conflitos em torno de espaços de grande valor ambiental e de usos magnificamente diversos e comuns, os quais passam a ser privatizados, restringindo o acesso e uso pelos grupos que aí se territorializavam, antes da chegada dos grandes empreendimentos.
    Há uma forte intenção em identificar, no litoral capixaba, elementos de resistência pelo direito de permanência nesses espaços, os pontos de vista que sustentam seus argumentos, as brechas legais e conquistas, fatos estes que remontam a importância da gestão metropolitana. Por outro lado, a carga ideológica massificada pelo Estado e que privilegia o modelo industrial, tem nos desviado da percepção de seu caráter homogeneizante e constrangedor. As consequências podem ser vistas na ruptura ideológica de movimentos sociais que antes lutavam pela direito de permanência, cujos componentes têm cedido a benefícios momentâneos abrindo mão da territorialidade, aderindo ao modelo industrial – urbano.

  5. Pedro Ronchi disse:

    Franjas urbanas – Inversão na lógica de ocupação dos espaços periurbanos

    Ao refletir sobre a dimensão, alcance e proporção de crescimento dos espaços urbanos como um topo, especialmente no Brasil e na Região Metropolitana da Grande Vitória – RMGV, logo se constata que o mesmo alcança níveis desconhecidos. As cidades, ao expandirem seus limites urbanos, especialmente sobre o espaço rural, acabam reproduzindo as problemáticas existentes do seu contexto e da sua dinâmica.
    Muito dos problemas existentes nos meios urbanos são quase insolúveis, no máximo podem ser minimizados por meio de grandes quantias de investimentos, geralmente públicos. Esse fato demonstra uma inversão na lógica de ocupação dos espaços periurbanos, causado pelo planejamento falho e tardio que tenta a posterior, buscar soluções para resolver problemas já conhecidos que poderiam ter sido evitados no passado.
    As franjas urbanas, que são os espaços pré-urbanos em construção, ou seja, se encontram na transição entre o urbano e o rural, são locais que estão absorvendo, rapidamente, as heranças negativas das cidades. Esses locais, ao invés de servirem de laboratórios para desenvolvimento, aplicação e melhoria de modelos de planejamento, tornam-se cada vez mais “doentes crônicos” que necessitam cada vez, à medida que o tempo passa de maiores doses de recursos para manter sua caótica funcionalidade.
    Nesse sentido, essa discussão faz reflexão sobre o crescimento urbano e as questões que envolvem o conceito de franjas urbanas. Analisando os espaços periurbanos e sua construção, é preciso lembrar que sua existência e ocupação são resultado de um tipo de crescimento urbano difuso, em que a expansão das cidades brasileiras e da RMGV, se organizaram e organiza-se de forma desordenada, engolindo as áreas mais próximas de forma irracional e com precário planejamento, trazendo maior carga de problemas que soluções.
    Cabe aos pesquisadores e principalmente os gestores, compreender melhor os processos e as relações do ser humano na construção desses espaços pré-urbanos. E assim tentar construir soluções e alternativas que possam anteceder aos problemas e que sejam capazes de melhorar qualidade de vida das pessoas.

  6. Fernando Sartório disse:

    Compreender as dinâmicas metropolitanas, atreladas ao processo de urbanização, representa grande desafio, tendo em vista que as problemáticas urbanas fazem parte de um processo complexo e ao mesmo tempo atual. A formação das metrópoles brasileiras está ligada ao tardio processo de urbanização, que se expressou na criação de grandes projetos industriais, na reestruturação das economias locais, estaduais e nacional, além da modificação das dinâmicas demográficas. É nesse contexto, que se formam as regiões metropolitanas, verdadeiros laboratórios de compreensão de processos e práticas sociais, econômicas e políticas confrontantes.
    Nesta perspectiva, essencialmente, seria interessante contemplar no grupo de estudos em andamento, alguns aspectos daquilo que se concentram nas metrópoles: os choques de capital, dinheiro, população e poder. Constatar como se deu esse processo, atrelado à industrialização, às motivações do Estado administrador, como administrador e gerenciador deste processo, agente ativo no estimulo aos fluxos financeiros e materiais indispensáveis à fragmentação e à segmentação do território das metrópoles. Esta é uma perspectiva que demonstra que Estado adequou-se às novas necessidades impostas pelo modelo flexível de produção capitalista (necessidade de se especializar em uma função/atividade global).
    Importante analisar o trabalho, a estrutura urbano-metropolitana, a criação de novas centralidades e como as articulações econômicas influenciam na produção do espaço metropolitano. As novas atividades que se impõem sobre as metrópoles poderiam constituir novas centralidades, modificando hierarquias espaciais.
    Ainda relacionado à produção do espaço metropolitano, seria importante compreender a dinâmica da produção habitacional das metrópoles, relacionada à produção de conjuntos habitacionais através de políticas públicas; compreender o surgimento de loteamentos/assentamentos e ocupação informais no entorno de bairros considerados formais, identificado os segmentos sociais e forças sociais presentes nas regiões metropolitanas, bem como as situações de alinhamento e de tensões entre o poder público e a sociedade civil.
    Em todo este confronto metropolitano, para Carlos (2008), as metrópoles seriam locais de integração, pois estão ligadas ao capitalismo internacional, ao crescimento dos setores bancários e dos serviços modernos – e a desintegração, de modo que se observa um esfacelamento da vida tradicional, da organização do trabalho e das relações de trabalho; e pela deterioração dos espaços públicos, dos centros históricos e das condições de vida das metrópoles (ver também Jacobs, 2009).

  7. claudio.zanotelli disse:

    Grupo de Estudos Região Metropolitana – Contribuição para Discussão – Pedro Ronchi

    FRANJAS URBANAS
    INVERSÃO NA LÓGICA DE OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS PERIURBANOS

    Por Pedro Ronchi

    Ao refletir sobre a dimensão, alcance e proporção de crescimento dos espaços urbanos como um topo, especialmente no Brasil e na Região Metropolitana da Grande Vitória – RMGV, logo se constata que o mesmo alcança níveis desconhecidos. As cidades, ao expandirem seus limites urbanos, especialmente sobre o espaço rural, acabam reproduzindo as problemáticas existentes do seu contexto e da sua dinâmica.
    Muito dos problemas existentes nos meios urbanos são quase insolúveis, no máximo podem ser minimizados por meio de grandes quantias de investimentos, geralmente públicos. Esse fato demonstra uma inversão na lógica de ocupação dos espaços periurbanos, causado pelo planejamento falho e tardio que tenta a posterior, buscar soluções para resolver problemas já conhecidos que poderiam ter sido evitados no passado.
    As franjas urbanas, que são os espaços pré-urbanos em construção, ou seja, se encontram na transição entre o urbano e o rural, são locais que estão absorvendo, rapidamente, as heranças negativas das cidades. Esses locais, ao invés de servirem de laboratórios para desenvolvimento, aplicação e melhoria de modelos de planejamento, tornam-se cada vez mais “doentes crônicos” que necessitam cada vez, à medida que o tempo passa de maiores doses de recursos para manter sua caótica funcionalidade.
    Nesse sentido, essa discussão faz reflexão sobre o crescimento urbano e as questões que envolvem o conceito de franjas urbanas. Analisando os espaços periurbanos e sua construção, é preciso lembrar que sua existência e ocupação são resultado de um tipo de crescimento urbano difuso, em que a expansão das cidades brasileiras e da RMGV, se organizaram e organiza-se de forma desordenada, engolindo as áreas mais próximas de forma irracional e com precário planejamento, trazendo maior carga de problemas que soluções.
    Cabe aos pesquisadores e principalmente os gestores, compreender melhor os processos e as relações do ser humano na construção desses espaços pré-urbanos. E assim tentar construir soluções e alternativas que possam anteceder aos problemas e que sejam capazes de melhorar qualidade de vida das pessoas.

  8. claudio.zanotelli disse:

    GRUPO DE PESQUISA: ESTUDOS METROPOLITANOS
    FERNANDO SARTÓRIO

    Compreender as dinâmicas metropolitanas, atreladas ao processo de urbanização, representa grande desafio, tendo em vista que as problemáticas urbanas fazem parte de um processo complexo e ao mesmo tempo atual. A formação das metrópoles brasileiras está ligada ao tardio processo de urbanização, que se expressou na criação de grandes projetos industriais, na reestruturação das economias locais, estaduais e nacional, além da modificação das dinâmicas demográficas. É nesse contexto, que se formam as regiões metropolitanas, verdadeiros laboratórios de compreensão de processos e práticas sociais, econômicas e políticas confrontantes.
    Nesta perspectiva, essencialmente, seria interessante contemplar no grupo de estudos em andamento, alguns aspectos daquilo que se concentram nas metrópoles: os choques de capital, dinheiro, população e poder. Constatar como se deu esse processo, atrelado à industrialização, às motivações do Estado administrador, como administrador e gerenciador deste processo, agente ativo no estimulo aos fluxos financeiros e materiais indispensáveis à fragmentação e à segmentação do território das metrópoles. Esta é uma perspectiva que demonstra que Estado adequou-se às novas necessidades impostas pelo modelo flexível de produção capitalista (necessidade de se especializar em uma função/atividade global).
    Importante analisar o trabalho, a estrutura urbano-metropolitana, a criação de novas centralidades e como as articulações econômicas influenciam na produção do espaço metropolitano. As novas atividades que se impõem sobre as metrópoles poderiam constituir novas centralidades, modificando hierarquias espaciais.
    Ainda relacionado à produção do espaço metropolitano, seria importante compreender a dinâmica da produção habitacional das metrópoles, relacionada à produção de conjuntos habitacionais através de políticas públicas; compreender o surgimento de loteamentos/assentamentos e ocupação informais no entorno de bairros considerados formais, identificado os segmentos sociais e forças sociais presentes nas regiões metropolitanas, bem como as situações de alinhamento e de tensões entre o poder público e a sociedade civil.
    Em todo este confronto metropolitano, para Carlos (2008), as metrópoles seriam locais de integração, pois estão ligadas ao capitalismo internacional, ao crescimento dos setores bancários e dos serviços modernos – e a desintegração, de modo que se observa um esfacelamento da vida tradicional, da organização do trabalho e das relações de trabalho; e pela deterioração dos espaços públicos, dos centros históricos e das condições de vida das metrópoles (ver também Jacobs, 2009).
    BIBLIOGRAFIA

    CAMPOS, A. A sociedade do improviso gera intervenções urbanas provisórias: algumas considerações sobre a expansão da cidade do Rio de Janeiro sob a ótica dos grupos segregados. IN: Metrópoles em Mutação. Dinâmicas territoriais, relações de poder e vida coletiva. Rio de Janeiro: Revan: FAPERJ, 2008.
    CARLOS, A. F. A. A metrópole entre o local e o global. IN: Metrópoles em Mutação. Dinâmicas territoriais, relações de poder e vida coletiva. Rio de Janeiro: Revan: FAPERJ, 2008.
    JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.
    MARTINS, S. A neutralização do direito à cidade na (re) produção da metrópole antiurbana. IN: Metrópoles em Mutação. Dinâmicas territoriais, relações de poder e vida coletiva. Rio de Janeiro: Revan: FAPERJ, 2008.
    RIBEIRO, A. C. T. O tato metropolitano – enigma e poder. Revista eletrônica – Etc, espaço, tempo e crítica, nº 2 (5), VOL. 1, setembro de 2007. Disponível em: http://www.uff.br/etc. Acesso em: 13 de março de 2012.
    SILVA, C. A. da. CAMPOS, A. Metrópoles em Mutação. Dinâmicas territoriais, relações de poder e vida coletiva. Rio de Janeiro: Revan: FAPERJ, 2008.

  9. Claudio Zanotelli disse:

    Estamos elaborando um projeto de pesquisa. Um levantamento preliminar dos projetos de infraestrutura e os equipamentos e projetos de habitat previstos na Região, bem como queremos analisar a expansão urbana que provocarão esses projetos. Acrescente-se a isso as infraestruturas e equipamentos significativos e os loteamentos e diferentes formas de habitat já existentes na RMGV e sua expansão no últimos 40 anos. Esse projeto será registrado na PRPPG e solicitaremos bolsas pibics para ele. OS interessados em participar podem se manifestar no Blog.
    Cláudio Zanotelli

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