Espírito Santo é o 5º Estado brasileiro em feminicídio

Infográfico sobre vítimas do feminicídio no Espírito Santo
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– Por Lorraine Paixão –

 Entre os dias 1° de janeiro de 2017 e 22 de dezembro do mesmo ano, ocorreram no Espírito Santo 123 homicídios de mulheres, destes 37 foram caracterizados como feminícidio, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Em um período de doze meses, foram registradas 4.152 ocorrências de agressões contra as mulheres em delegacias da Grande Vitória, 2.788 solicitações de medidas protetivas e 6.113 inquéritos policiais enviados à Justiça.

Os dados divulgados pela Sesp revelam que a cada duas horas uma mulher é agredida na Grande Vitória. Ao se fazer um recorte racial, as mulheres jovens e negras têm 3,5 mais chances de estar nessa estatística. De acordo com dados da Unesco, o Estado é o segundo do país com maior taxa de homicídio de mulheres negras do Brasil.

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Feminicídio

Um dos casos mais recentes aconteceu em setembro de 2017, quando uma outra capixaba entrou para as estatísticas que colocam o Estado na 5ª posição geral dentre aqueles em que mais se matam mulheres no Brasil, segundo o Atlas da Violência 2017.

Foi o caso da médica Milena Gottardi, 38 anos,que foi assassinada com um tiro na cabeça no estacionamento de onde trabalhava, o Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), em Maruípe (Vitória). De acordo com a polícia, há a suspeita de que o crime tenha sido arquitetado pelo marido, o policial civil Hilário Frasson, de quem estava em processo de separação.

A morte de Milena era anunciada. Ela já havia escrito uma carta e a registrado em cartório em que relatava o comportamento agressivo do marido e seu receio de que fosse assassinada no momento da separação. Além de deixar uma carta, alertou as pessoas próximas sobre as ameaças que sofria do marido.

Todas as características denunciadas por Milena e sua morte se encaixam no crime de feminicídio. Ela viveu um ciclo de violência, psicológica e física, que se fechou somente com sua morte.

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