– Por Jorge Medina –
Estudar o sequenciamento do genoma do novo coronavírus utilizando a técnica de nanoporos, de forma a entender a origem e a evolução do SARS-CoV-2 e o desenvolvimento de possíveis curas, é um dos principais objetivos do estudo que está sendo desenvolvido por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Ufes, sob a coordenação do professor Teodiano Bastos.
A técnica de nanoporos permite fazer uma leitura ágil e eficaz, em tempo real, dos ácidos desoxirribonucleico (DNA) e ribonucleico (RNA) do vírus, permitindo o monitoramento e a análise do comportamento do coronavírus.
“Sequenciar o genoma do vírus fornece importantes pistas para entendermos sua origem e evolução e, com isso, desenvolvermos possíveis vacinas e curas. Na primeira etapa da pesquisa, já foi realizado um estudo de trabalhos disponíveis na literatura sobre o tema, e concluímos que sequenciar e analisar o novo coronavírus a fim de detectar suas mutações é extremamente necessário para a possível cura da doença e para evitar novos surtos de zoonoses, de doenças transmissíveis”, esclarece Bastos.
O professor, que também atua no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Ufes, ressalta que, a partir desse estudo inicial, já é possível traçar uma relação evolutiva e filogenética entre o vírus causador da COVID-19 com outros vírus presentes na vida selvagem. Daí é possível prever prováveis danos à saúde humana e sua capacidade de infecção, além de conhecer e analisar sua taxa de mutação, conforme o vírus é transmitido de humano para humano.
A pesquisa também vai ajudar na prevenção de possíveis novos surtos da COVID-19 e de outras doenças infecciosas, além de contribuir para a criação de uma rede de pesquisa nacional, a fim de que as comunidades acadêmica e científica tenham mais facilidades de acesso ao conhecimento desenvolvido no país.
Equipe
Além do professor Teodiano Bastos, participam da pesquisa a professora do Departamento de Farmácia e Nutrição Greiciane Paneto e as estudantes Renata Torezani e Aura Vargas, do PPGBiotec. A pesquisa tem o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Bastos também desenvolve pesquisas nas áreas de Engenharia Biomédica, robótica industrial, automação, uso de robôs para interagir com crianças autistas, tecnologia assistiva e bioinformática.
Edição: Thereza Marinho
Publicado no Portal da Ufes em 30 de junho de 2020
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