– Por Unidade de Comunicação do Hucam-Ufes –
Duas pesquisas que usam exames de imagem do tórax de pacientes do Hospital Universitário Cassiano Antonio Mores (Hucam-Ufes) têm o objetivo de aprimorar o diagnóstico da COVID-19 e entender a gravidade da doença nos pulmões.
Uma delas, feita em parceria com o Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD) do Departamento de Informática da Ufes, usa técnicas de inteligência artificial. A meta é fazer o programa de computador entender, depois de analisar o maior número possível de tomografias de tórax, quais são os pontos em comum nos pacientes com COVID. Assim, será possível encontrar uma espécie de imagem “padrão COVID” para os pulmões (foto) e fazer o computador marcar, em termos de probabilidade, a chance de o paciente estar infectado pelo novo coronavírus.
Neste momento, a pesquisa está na fase de coleta dos dados clínicos e de imagem dos pacientes. A previsão de início da inserção dos dados de imagem é para as próximas semanas.
“Nem sempre o teste laboratorial, o RT-PCR, está disponível com a rapidez necessária, mas uma tomografia de tórax leva poucos minutos, o que, em um cenário de urgência, é importante. A inteligência artificial poderá apontar quantos por cento de chance aquele indivíduo tem de estar infectado com o vírus da COVID-19”, explica o chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica, o professor e médico radiologista Marcos Rosa Junior.
Raio-X
Enquanto os computadores do LCAD estão à espera dos exames de imagem para “aprenderem” a reconhecer o “padrão COVID”, tomografias e, agora, exames de raios-x de casos confirmados no Hucam-Ufes são usados para outro estudo, envolvendo outros hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e coordenado pelo hospital da Universidade de Brasília (UnB).
Nessa pesquisa multicêntrica, a meta é conjugar as imagens com os exames clínicos e laboratoriais. Não é mais o diagnóstico simplesmente que está em questão, mas o prognóstico, ou seja, usar as informações visuais para descobrir padrões – ou marcadores, na linguagem científica – da gravidade da doença.
Não há diferença na aquisição dos exames de imagem (tanto nas aquisições das radiografias quanto das tomografias). A diferença está no pós-processamento e na interpretação dos achados, explica o professor Rosa Junior.
Rede Ebserh
Além do apoio ao ensino, à formação e à capacitação das equipes assistenciais, a Rede Ebserh (Rede Federal de Hospitais Universitários, gerenciada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) implementou o Comitê de Operações Especiais (COE) para definir estratégias e ações em nível nacional para o enfrentamento à pandemia. Desde os primeiros anúncios sobre a COVID-19, a Rede tem trabalhado em parceria direta com os ministérios da Saúde e da Educação, com participação nos COEs desses órgãos, e tendo como diretriz o monitoramento da situação no país e em suas 40 unidades hospitalares.
Também foram disponibilizados R$ 274 milhões para ações contra o coronavírus, recursos do Ministério da Educação (MEC) liberados pela Ebserh de acordo com a necessidade e urgência de cada unidade hospitalar. A verba está sendo utilizada em adequação da infraestrutura, aquisição e manutenção de equipamentos, compra de medicamentos e outros insumos, além de equipamentos de proteção individual.
Edição: Thereza Marinho e Lidia Neves
Publicado no Portal da Ufes em 16 de Julho de 2020
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