Projeto busca reduzir a obesidade em crianças de 7 a 10 anos

Com a desaceleração do crescimento, crianças podem entrar com obesidade na adolescência e ter impactos na vida adulta. Foto: Cássia Oliveira/Prefeitura de Maceió-AL
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– Por Breno Alexandre, com informações do Ciência Ufes –

A professora da Ufes Maria Del Carmen Molina está coordenando o projeto Prevenção da obesidade infantil na atenção primária em saúde, um ensaio comunitário na Região Metropolitana de Vitória , lançado no mês passado. O projeto realiza ações que promovem a alimentação saudável e a atividade física entre crianças de 7 a 10 anos. 

Na faixa etária selecionada, cerca de 25% a 30% das crianças brasileiras têm obesidade, segundo a professora Maria del Carmen Molina, que coordena o estudo e atua nos programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) e Nutrição e Saúde (PPGNS) da Ufes. “É nessa faixa etária que há uma desaceleração do crescimento e entrar com obesidade na adolescência pode ter impactos na vida adulta”, esclarece, em sua participação no programa Ciência Ufes, da Rádio Universitária.

São parceiras do projeto as prefeituras de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, selecionadas por serem as cidades capixabas com maiores índices de crianças com sobrepeso. O projeto inclui uma capacitação das prefeituras em enfrentamento da obesidade, criando um plano municipal para a prevenção da doença. 

A obesidade é considerada uma condição crônica de origem multifatorial, de difícil prevenção e controle, além de fator de risco para a covid-19. “O projeto realiza ações para promover a alimentação saudável e a atividade física, como se faz em outros países, principalmente os de alta renda. Mas no Brasil esses estudos ainda são muito escassos e sem muitos resultados positivos, já que são necessárias intervenções com maior duração para verificar mudanças substanciais”, acrescenta a coordenadora.

O estudo terá um trabalho focado na relação com as famílias. “Muitas vezes as crianças recebem informação de qualidade sobre alimentação e sobre atividades físicas na escola, mas sem o envolvimento da família, o impacto no resultado é muito menor. Por isso, vamos avaliar o impacto da abordagem preventiva do impacto da obesidade infantil no contexto da atenção primária, voltado para as famílias cadastradas na estratégia de saúde da família em unidades que possuem uma equipe multidisciplinar, envolvida não só em tratar, mas também em prevenir as doenças”, completa.

O acompanhamento nas unidades básicas de saúde envolverá a realização de entrevistas relacionadas ao estado nutricional e ao desempenho de atividades físicas, a aferição de pressão arterial de crianças e pais, a coleta de peso e altura e o mapeamento de locais e espaços de lazer para atividade física. As crianças também falarão sobre sua autoimagem corporal e suas relações sociais.

Os dados obtidos serão analisados por pesquisadores da Ufes, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), da Universidad Autónoma de Madrid e da Universidade Estácio de Sá.

Após o período de seis meses, serão feitas reavaliações para analisar as mudanças de estatura, peso e pressão arterial das crianças e seus familiares. Os dados serão coletados novamente após um ano do início da pesquisa. Durante o decorrer do estudo, acontecerão, também, oficinas culinárias e mensagens de vídeo incentivando a alimentação saudável e a prática de atividade física sistemática.

As unidades de saúde serão escolhidas pela capacidade de comportar o projeto, em um primeiro momento. Em seguida, serão sorteadas as unidades de saúde que participarão do grupo intervenção e do grupo controle, para comparar os resultados e verificar se a intervenção fez diferença. 

* Bolsista em projeto de Comunicação

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