– Por Lidia Neves –
Um artigo publicado hoje, 14, na Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, indica que estudantes de graduação que fazem iniciação científica (IC) são mais propensos a fazer pós-graduação logo que concluem o curso, em comparação com a média de estudantes. O levantamento, feito por professores e técnico-administrativos da Ufes que atuam ou atuaram recentemente na Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPPG), tomou por base participantes do Programa Institucional de Iniciação Científica (Piic) da Ufes (612 estudantes bolsistas e 441 não bolsistas na edição Piic 2012/13) e comparou o desempenho com o de uma amostra de conveniência de graduandos matriculados na Ufes no primeiro semestre de 2013 (467 não participantes do Piic, entre os 20 mil alunos matriculados naquele ano).
A data escolhida como parâmetro considerou o tempo necessário para concluir a graduação e o mestrado e ingressar no doutorado. Entre os bolsistas daquele período, 47,2% haviam ingressado no mestrado e 22,7% no doutorado. A diferença para os participantes do Piic não-bolsistas daquele ano foi pequena, com índices de 42,6% e 17,7%, respectivamente, o que indica uma situação levemente melhor para quem teve bolsa. Já entre os não participantes de IC, os índices foram inferiores a 10% e 2% respectivamente.
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“Os dados apresentados no estudo mostram que investimentos em pesquisa associados à iniciação científica trazem resultados excelentes, o que permitiu um melhor preparo desses estudantes para fazer mestrado e até mesmo para o mercado de trabalho, portanto devem ser continuados e cada vez mais fomentados. O crescimento recente da demanda de IC na Ufes também mostra a necessidade de mais bolsas, sejam elas obtidas pela própria Ufes, pelas agências de fomento e até mesmo através de colaborações com a iniciativa privada”, analisa o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Ufes, professor Valdemar Lacerda Jr., que é um dos autores do artigo.
O diretor de Pesquisa da PRPPG, Fábio Partelli, também comemorou o resultado. “Ficamos surpresos e satisfeitos de saber que a iniciação científica é um incentivo não só para a pesquisa, com publicação de artigos e livros, mas também para preparar o aluno para a pesquisa e para ingressar na pós-graduação. Por isso, celebramos também o crescimento da IC apesar do momento difícil que as universidades vivem, situação diferente das outras universidades públicas de porte semelhante, com quem temos conversado. Esse crescimento é fruto de um empenho não só da PRPPG e do Comitê de IC, mas de diversos setores da Administração Central da Ufes”, afirma.
Na análise, os pesquisadores cruzaram dados de bases da Ufes, como o Sistema Acadêmico de Pesquisa e Pós-Graduação (SAPPG) e o Sistema de Informação para o Ensino (SIE), com informações da Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de currículos de pesquisadores.
Dos mais de 500 currículos que constavam a informação de ingresso em mestrado, aproximadamente 70% entraram em programas de pós-graduação da Ufes. Em relação ao doutorado, 46% dos mais de 220 currículos apontam a entrada em programas de pós-graduação da Ufes.
Os pesquisadores apontam, no artigo, o potencial de pesquisa a partir da iniciação científica. “A formação continuada e avançada dos estudantes da Ufes proporciona o crescimento de bolsas de produtividade concedidas pelo CNPq e o número de artigos científicos publicados em bases internacionais renomadas, levando a Ufes a se posicionar entre as melhores universidades em ranking de países emergentes. Para a sociedade, o investimento na iniciação científica impacta diretamente com recebimento no mercado produtivo profissionais mais capacitados técnica e cientificamente, corroborando o atingimento do propósito institucional da Universidade”, afirmam.
Além de Lacerda Jr. e Partelli, também são autores do artigo o ex pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufes, professor Neyval Reis Jr., e os servidores da PRPPG Alan Diniz Salazar, Antonio Rocha Neto e Ludmila Gonçalves Martins.
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