– Por Sueli de Freitas –
Mais uma pesquisa realizada pela equipe do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Metodologias para Análise de Petróleos (LabPetro), da Ufes, resultou em patente para a Universidade. Trata-se da carta-patente BR 102014020136-0, intitulada Dispositivo e processo para monitoramento de misturas de hidrocarbonetos, emitida em 6 de julho pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Essa é a quinta patente na área de petróleo resultante da parceria entre a Ufes e a Petrobras. Na contagem geral, é a nona patente concedida à Universidade.
Os inventores registrados na patente são: Roberta Chimin, Flora Machado, Majorie Mara Malacarne, Tamires Lima, Alexandre Gomes, Regina Célia Guimarães, Eustáquio Vinícius de Castro e Sílvia de Souza.
A invenção consiste em um dispositivo e um processo para monitoramento da presença de produtos ácidos durante o fracionamento de misturas de hidrocarbonetos. Segundo descrito na carta-patente, o dispositivo compreende um coletor composto por unidades coletoras preenchidas com pérolas de vidro impregnadas com carbonato de sódio ou outros carbonatos de metais alcalinos. As unidades coletoras são fabricadas em vidro e com formato cilíndrico oco. O processo compreende coleta, identificação e quantificação de vapores ácidos no topo da unidade de fracionamento de mistura de hidrocarbonetos.
“O significativo aumento da produção de petróleo e a introdução de novas matrizes, como a do pré-sal, no Brasil ampliaram a demanda de pesquisas e serviços tecnológicos nessa área, uma vez que são maiores os desafios na exploração, na produção e no refino dos óleos”, explica a servidora da Ufes e mestre em Química Roberta Chimin.
Redução de custos
Segundo a pesquisadora, o invento se destaca por apresentar um sistema que captura os vapores ácidos desprendidos (foto acima) durante o processo de destilação, em escala laboratorial, oriundos de sais de cloretos e alguns ácidos orgânicos de baixos pesos moleculares presentes no petróleo, especialmente do pré-sal. Ela acrescenta que o dispositivo e a metodologia desenvolvidos possibilitam a adoção de estratégias para a redução dos custos operacionais do refino do óleo ocasionados pela corrosão.
A pesquisadora lembra que o petróleo na forma crua, como é extraído, não apresenta nenhuma utilização importante: “Para que as substâncias presentes no petróleo sejam utilizadas, é necessária a separação dos derivados de alto valor agregado: gasolina, óleo diesel, óleo combustível, gás liquefeito de Petróleo (GLP) e querosene de aviação”.
LabPetro
Os estudos foram realizados em uma unidade de destilação manual de petróleo montada no LabPetro. A pesquisa já havia sido vencedora do Prêmio Inventor Petrobras 2015. Os experimentos também foram objeto de estudo de três dissertações de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQUI/Ufes). Foram envolvidos nos trabalhos, além da técnica-administrativa e servidora da Ufes Roberta Chimin, estudantes da graduação e da pós-graduação e docentes. A coordenação do LabPetro é do professor do Departamento de Química Eustáquio de Castro.
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