– Por Sueli de Freitas –
Você sabia que o Espírito Santo tornou-se, em 2018, o estado com maior produção de pimenta-do-reino (Piper nigrum) do país, superando o Pará? Os dados são da última Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa evolução no cultivo da especiaria é acompanhada por pesquisas desenvolvidas na Ufes sobre a espécie. Um levantamento das publicações dos últimos dez anos na Base Scopus revela que a Universidade Federal do Espírito Santo é a quarta instituição em número de artigos científicos do mundo e a primeira do Brasil sobre a Piper nigrum.
Os temas de maior destaque nas publicações são nas áreas de agricultura, bioquímica e farmacologia. Além de artigos científicos, pesquisadores da Universidade contabilizam participação em eventos científicos e aprovação de projetos de pesquisa sobre a espécie.
Nos programas de pós-graduação, o cultivo de pimenta-do-reino também aparece com destaque. Foram mais de 20 defesas de mestrado nos últimos dez anos, principalmente no Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical, sediado no campus de São Mateus, com 14 dissertações no período.
“Além dos alunos de mestrado e doutorado, muitas dessas pesquisas envolvem alunos de iniciação científica e técnicos-administrativos da Ufes. Contamos também com a contribuição de importantes parceiros, como agricultores, o CNPq, a Capes e a Fapes. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo é a instituição que mais financia os projetos na Ufes”, afirma o diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), Fábio Partelli.
Ele destaca que esse trabalho gera “conhecimento científico” e propicia “a formação de recursos humanos de qualidade” para atuar no cultivo da espécie.
Produção recorde
Historicamente, o Brasil fica entre os cinco maiores produtores mundiais e entre os três maiores exportadores de pimenta-do-reino. A produção em 2019, segundo a pesquisa do IBGE, atingiu o recorde de 109.400 toneladas. Desse total, 62.600 toneladas foram cultivadas em terras capixabas, o que significou um aumento de 3,4% em relação ao ano anterior. Os municípios de São Mateus, Jaguaré e Vila Valério estão entre os maiores produtores da especiaria.
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