O coordenador do Núcleo de Tecnologia Assistiva (NTA) da Ufes, professor Teodiano Bastos Filho, recebeu o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2021/2022, pelo desenvolvimento de uma cadeira de rodas robótica para pessoas com deficiência motora severa. O Prêmio, que nessa edição teve como tema Tecnologia Assistiva, é promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e tem como objetivo reconhecer e premiar trabalhos de estudantes e pesquisadores que representem potencial contribuição para o desenvolvimento dos países membros e associados ao bloco econômico Mercosul.
A pesquisa premiada é desenvolvida há mais de 20 anos, promovendo a inclusão de pessoas com movimentos limitados e sem movimentos em todos os espaços possíveis. “A gente trabalha para tornar essas pessoas visíveis, para que elas sejam incluídas na sociedade e que tenham acesso a todos os direitos de um cidadão”, afirma Bastos Filho.
A cadeira de rodas robótica integra modalidades de locomoção e comunicação por meio de piscada de olhos, movimentos do globo ocular, movimentos de cabeça, sopro e sucção, ou sinais cerebrais. O equipamento tem, ainda, a capacidade da cadeira de interagir com o ambiente, ligando e desligando aparelhos da residência por meio de uma conexão sem fios.
Sensores
Modelos anteriores da cadeira funcionavam com o uso de joystick, no entanto, na versão mais recente, ela é controlada por um sistema composto de eletrodos. Estes são sensores que aderem à pele para capturar o sinal elétrico dos movimentos, ou intenções de movimentos direcionadas ao cérebro por meio do sistema nervoso. Dessa forma, os eletrodos transformam a informação biológica do corpo humano em um sinal elétrico.
“Todos os recursos desse dispositivo são fruto da cooperação de muitos estudantes e pesquisadores do NTA: um pesquisador elaborou uma interface baseada no piscar de olhos, outro fez uma interface baseada no movimento do globo ocular, outro se dedicou aos sinais cerebrais ou ao controlador. Então, muitas pessoas contribuíram para os resultados alcançados”, detalha o professor.
A cadeira de rodas robótica também pode navegar de forma autônoma, pois tem embutida a tecnologia robótica de localização e mapeamento simultâneos (SLAM, sigla em inglês), podendo se mover e identificar o local ao mesmo tempo. Há, ainda, a possibilidade de usar a cadeira em trilhas metálicas, que possibilitam a locomoção autoguiada. O funcionamento das modalidades foi testado e aprovado por pessoas com deficiência voluntárias.
Texto: Ghenis Carlos Silva e Ana Clara Andrade (respectivamente, bolsista e voluntária em projeto de Comunicação)
Foto: Núcleo de Tecnologia Assistida
Edição: Lidia Neves e Thereza Marinho
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