– Por Ghenis Carlos Silva* –
A Ufes participa de um projeto que pretende diminuir os poluentes gerados no processo de fabricação do carvão vegetal. A ideia consiste em substituir os sistemas de produção antigos por sistemas mais modernos, com capacidade para queimar os gases poluentes, liberando apenas gás carbônico (CO2) e água. O estudo é coordenado pelo professor Thiago Protásio, da Universidade Federal Rural do Amazonas (Ufra), campus Parauapebas-PA, e conta com a contribuição científica de Ananias Júnior, coordenador do Laboratório de Energia da Biomassa (LEB) da Ufes.
O estudo, motivado pelo interesse das indústrias em minimizar os impactos ambientais, busca otimizar o processo de produção do carvão a partir do reaproveitamento da copa das árvores derrubadas para a venda dos troncos de madeira legal, reduzindo, assim, o resíduo dessa atividade econômica. Atualmente, é permitida a extração de 5 a 10 árvores por hectare, utilizando técnicas que provocam mínimos impactos florestais, o que proporciona a recuperação da floresta em um ciclo de 25 a 30 anos.
Método
Para diminuir a emissão dos poluentes será adotado o sistema de fornos-fornalhas, um processo de carbonização desenvolvido pelo Laboratório de Painéis e Energia da Madeira (Lapem) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que também participa do projeto. Contudo, em Minas Gerais, o sistema de fornos-fornalhas é abastecido com madeira de floresta de eucalipto.
Esse sistema reúne quatro fornos circulares, conectados a uma fornalha central. “Os gases que saem dos fornos são direcionados para essa fornalha central, onde são queimados, eliminando completamente a fumaça resultante da transformação da madeira em carvão vegetal. Com isso, a chaminé irá liberar somente CO2 e água. O CO2, por sua vez, será novamente capturado pelas árvores durante a fotossíntese, fechando o ciclo do carbono”, detalha Protásio. Além de construir o sistema, os pesquisadores irão treinar a mão de obra local, para que a tecnologia seja utilizada pelos pequenos e médios produtores de carvão vegetal.
Ananias Júnior ressalta que a possibilidade de ter acesso a um combustível de baixo custo e sustentável beneficiará a população, as indústrias e a natureza. “Estamos atrelando um produto energético de qualidade, produzido de forma sustentável e com baixo preço de matéria-prima, por ser proveniente das sobras de uma extração legal de madeira”. Sua atuação será na fase III do projeto, contribuindo para as rotas de torrefação, processo que submete a biomassa à ação do calor em temperaturas que variam de 250 a 300 graus celsius. Isso fará com que se possa homogeneizar o material, em suas propriedades físicas, químicas e energéticas. Outro processo que será aplicado é o de compactação do material. “A partir do controle dessas variáveis será possível aumentar o rendimento da geração de energia, obtendo um material mais limpo e sustentável”, completa.
*Bolsista em projeto de Comunicação
Que legal ,além do aprendizado gera também economia industrial.
Quanto mais meios de melhorar no planeta, melhor.