Ana Clara Andrade*
Um retardante de chamas produzido na Ufes por meio da startup “B-612 Soluções Sustentáveis” promete ser mais eficiente e ambientalmente sustentável do que os disponíveis no mercado. Constituído por celulose e óxido de grafeno, o produto tem a característica de ser menos poluente em comparação com os demais. Foi desenvolvido pelas pesquisadoras Heliane Amaral e Tainara Guerra, doutoras em Química pela Ufes, sob supervisão do professor Jair C. C. Freitas, do Departamento de Física, no Laboratório de Materiais Carbonosos e Cerâmicos (LMC) da Ufes.
Os retardantes de chamas são materiais químicos que têm por função retardar a velocidade de propagação de um foco de incêndio. O diferencial do produto desenvolvido na Ufes é a não emissão de fumaça tóxica. Com 90% de celulose em sua composição, caso venha a queimar, a emissão gasosa não será tão tóxica quanto as outras, o que o torna sustentável, além de biodegradável.
Outro fator positivo do produto é a sua versatilidade, já que ele pode ser apresentado tanto em suspensão líquida quanto na forma sólida. “Podemos adicioná-lo na base de uma tinta epóxi, usada como revestimento em diversas superfícies, como madeira, aço e cerâmica. Dessa forma, se esses materiais forem expostos ao fogo, não serão responsáveis por alimentar um incêndio devido ao uso do nosso retardante”, conta Amaral.
A pesquisadora ainda explica a importância de se utilizar uma proteção capaz de impedir a propagação de calor em materiais condutores, como aço e cerâmicas: “nesse caso, o aumento de temperatura do ambiente contribuirá para a manutenção do incêndio; por isso é importante usar revestimentos anti-chamas nessas superfícies”.
O produto ainda não está disponível no mercado. No momento, a startup está em busca de parceiros para viabilizar a produção do material em escala piloto. Amaral explica que a estrutura atual permite produzir um valor abaixo do esperado para inserir o produto nas vendas.
A “B-612 Soluções Sustentáveis” conta com o apoio do Espaço Empreendedor da Ufes e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação no Espírito Santo (Fapes) no desenvolvimento do produto.
*Bolsista em projeto de Comunicação
Imagem: acervo do projeto
Edição: Sueli de Freitas
Faça um comentário