Hannahbella Queiroz*
Um projeto do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (PPGCFL) da Ufes está desenvolvendo uma alternativa sustentável para o descarte de plásticos, em especial o PET: transformar esse material em carvão e bio-óleo. A pesquisa é realizado pela doutoranda Gabriela Cupertino, orientada pelo professor Ananias Júnior. Foi iniciada no mestrado e se estende pelo doutorado. O projeto rendeu a Cupertino o segundo lugar no Prêmio Biguá de Sustentabilidade 2023.
A ideia é deixar de tratar o lixo só como material de descarte e passar a dar uma nova utilidade aos plásticos. Foi utilizado o método de co-pirólise para geração de carvão e de bio-óleo. Trata-se de um processo termoquímico, ou seja, envolve calor e mudanças da composição química. Esse processo une dois materiais diferentes que vão ser processados juntos, e no caso do projeto, foram utilizados a garrafa PET e a madeira. Essas duas matérias-primas passam por uma ação termoquímica para a geração dos novos produtos.
O Laboratório Multiusuário de Energia da Biomassa, local em que grande parte do estudo está sendo feito, nunca havia executado o processo de co-pirólise, apenas o de pirólise. O processo é quase o mesmo, com a diferença de que é trabalhado com apenas um material ao invés de dois, como na co-pirólise. Muitos testes foram realizados até o projeto ser ajustado.
“Existe um objetivo de não só gerar esses materiais, mas a partir do projeto tentar mostrar que a reciclagem é uma porta de entrada para gerar novos produtos e renda”, declara Cupertino.
As perspectivas futuras envolvem aprimorar o processo de co-pirólise para melhor aplicabilidade no setor industrial. Foi observado que o carvão produzido no processo pode ser utilizado na indústria siderúrgica.
O projeto contou com parcerias internacionais, como a co-orientação à doutoranda de professores da Universidade da Carolina do Norte. Cupertino também executou uma parte do projeto na Universidade de Córdoba, na Espanha, sob a supervisão do professor Rafael Luque.
O projeto contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
*Bolsista em projeto de Comunicação
Foto: Pixabay
Edição: Sueli de Freitas
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