Herbário de São Mateus chega à maioridade com 18 mil plantas catalogadas

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Thiago Sobrinho

Herbários são coleções científicas de plantas secas que servem de base de apoio para pesquisas em diversas áreas científicas. Um exemplo desse espaço é o Herbário Sames, localizado no campus da Ufes em São Mateus, que em novembro completou 18 anos de existência com um acervo de 18 mil plantas catalogadas, representativas dos ambientes de restinga e florestas de tabuleiros situados no norte capixaba e sul da Bahia.

Os trabalhos realizados por membros do Herbário já resultaram em descobertas de novas espécies de plantas. Além disso, o local ele é fundamental para a preservação da biodiversidade, auxiliando estudos de pesquisadores de diversas áreas, como Ciências Biológicas, Farmácia e Agronomia.

“O Herbário Sames oferece um importante suporte na formação de recursos humanos na graduação e na pós-graduação, como o curso de Biologia Vegetal da Ufes, e agora o curso de pós-graduação em Ciências da Natureza”, ressalta o professor do Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas Luis Fernando Tavares, um dos coordenadores do Herbário ao lado do professor Guilherme de Antar, do mesmo departamento.

Atualmente, além de Tavares e Antar, o Herbário Sames conta com a colaboração do biólogo Michel Ribeiro e de bolsistas de apoio técnico e de iniciação científica.

Descobertas

Embora as florestas do Espírito Santo já tenham sido estudadas por diversos pesquisadores, elas continuam revelando descobertas importantes para o conhecimento da biodiversidade capixaba. “Quanto mais a gente estuda essas florestas, vai a campo e coleta plantas, mais encontramos espécies que ainda não eram do conhecimento da ciência”, destaca Tavares.

Uma dessas descobertas foi feita no Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra. Trata-se de uma nova espécie de mirtácea, planta da família das goiabas, que foi batizada com o nome de Eugenia itaunensis em homenagem ao local em que foi coletada pela primeira vez.

O Herbário Sames também trabalha com a produção de mudas de plantas em risco de extinção. Esse é o caso da jueirana-facão, espécie da família Dinizia, que pode chegar a 40 metros de altura e é apontada como ameaçada de extinção. “Essa árvore é um verdadeiro tesouro nas nossas florestas”, afirma o coordenador.

Educação ambiental

Mais do que fonte primária de informação da flora capixaba, suporte para pesquisa ou descobertas de novas espécies de plantas, o trabalho realizado no Herbário Sames também contribui para estimular a importância da preservação ambiental para as novas gerações.

O espaço desenvolve ações de educação ambiental que envolvem estudantes de escolas de nível fundamental e médio localizadas na região de São Mateus. “O Herbário é fundamentalmente um espaço que conecta as pessoas à diversidade”, enfatiza Tavares.

Para o futuro, a coordenação do Herbário trabalha em projetos que visam contribuir para programas de recuperação ambiental. Um deles consiste na criação de um catálogo das plantas das unidades de conservação que ficam no norte do Estado, que ficará hospedado na página do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. “Esses catálogos são uma ferramenta importantíssima para auxiliar na gestão das unidades de conservação, onde órgãos que controlam essas unidades, como ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] e Iema [Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos], poderão revisar ou planejar a gestão delas”, afirma.

Fotos: Acervo do Herbário

Edição: Thereza Marinho e Sueli de Freitas

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