O PROJETO

Introdução:

Os dados meteorológicos são extremamente importantes para diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, para a agricultura, engenharia, construção civil, transportes e na própria meteorologia (BAMBINI; FURTADO, 2010).

O clima é um recurso natural que exerce influência marcante em praticamente toda a sociedade. Essa influencia é evidenciada ainda mais em atividades do setor agrícola e pecuário. Informações como temperatura do ar, precipitação pluvial, radiação, velocidade do vento, além de subprodutos como evapotranspiração e balanço hídrico podem auxiliar no manejo correto de diversas atividades agrícolas. Pode-se citar irrigação, preparo do solo, aplicação de defensivos, plantio, colheita, dentre outros.

Para divulgação dos dados meteorológicos é importante que se crie um Boletim Agrometeorológico, onde estes dados podem ser disponibilizados graficamente e em uma linguagem acessível para que a sociedade, principalmente os agricultores, tenha acesso a essas informações.

Dessa forma, a reativação e manutenção do Boletim Agrometeorológico de Alegre contribui para o desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão e consiste em uma oportunidade para aqueles que apresentam interesse especial nas áreas de meteorologia agrícola e irrigação, visando o manejo sustentável dos recursos hídricos.

Objetivo:

A reativação do Boletim Agrometeorológico de Alegre é um projeto do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Este projeto, tem como objetivo tratar os dados brutos fornecidos pela estação meteorológica automática do Inmet e transformá-los em informações úteis e acessíveis à toda a sociedade.

Metodologia:

O projeto de extensão foi desenvolvido no laboratório de Hidráulica, Irrigação e Drenagem do Departamento de Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias e Exatas (CCAE-UFES). Os dados meteorológicos médios para o município de Alegre-ES foram obtidos na estação meteorológica automática do INMET (Estação: Alegre-A617; Código OMM: 86828; Coordenadas: Latitude: 20,750412º S; Longitude: 41,488852ºW; Altitude: 129 m), instalada na área experimental do CCAE-UFES.

Os dados foram processados com auxílio de planilhas eletrônicas visando obter, nas escalas diária, mensal e anual, dados de temperatura (máxima, média e mínima), umidade relativa média, precipitação, número de dias com chuva e evapotranspitação. Gráficos referentes a estes dados meteorológicos foram confeccionados.

Conhecer as variáveis climáticas registradas nas estações meteorológicas convencionais ou automáticas permite a quantificar da evapotranspiração das culturas, possibilitando, assim, conhecer sua demanda hídrica (BRAGANÇA, 2007). A evapotranspiração potencial de referência (ET0) foi calculada utilizando o método de Penman-Monteith, considerado como método-padrão indicado pela FAO (ALLEN et al., 1998).

Em casos que houve dados faltantes, estas falhas foram preenchidas adotando-se os seguintes critérios:

  • As falhas de dados ocorridas apenas em uma determinada hora foram preenchida com a média da hora anterior e posterior à esta.
  • As falhas de dados ocorridas por várias horas foram preenchidas com a média do horário do dia anterior e posterior a data de ocorrência da falha.
  • As falhas de dados ocorridas por mais de um dia foram preenchidas com base em dados de grade. Baseado em estudos propostos por Bender (2017) e na grade de dados de Xavier; King e Scanlon (2015).

Histórico do projeto

A Estação Meteorológica de Alegre iniciou suas atividades em 1991, sendo que a coleta de dados era realizada manualmente. A partir de 2001 passou-se a disponibilizar os boletins agrometeorológicos semanais na internet. Em 2003 foi confeccionado um CD comemorativo das 100 semanas do Boletim Agrometeorológico de Alegre (anos de 2001, 2002 e 2003). Em 2006, em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) foi instalado a Estação Meteorológica de Observação de Superfície Automática. Está foi aberta, mais precisamente, em 25 de outubro de 2006.

O Boletim Agrometeorológico de Alegre esteve disponível na internet até 2009, tendo o papel de divulgação das informações meteorológicas, além de ser também uma forma de aproximação da universidade com a comunidade. O boletim teve ainda a função de auxiliar a comunidade universitária fornecendo os dados para que sejam utilizados em pesquisas e também no manejo da irrigação de unidades demonstrativas implantadas, principalmente, na área experimental do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCAE-Ufes). Diante da importância do Boletim Agrometeorológico de Alegre este foi reativado para continuar cumprindo seu papel para sociedade, bem como, para a comunidade acadêmica do Sul do Estado do Espírito Santo.

Este projeto chegou até aqui com apoio da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), em parceria com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), cabendo destacar o empenho do Departamento de Engenharia Rural do CCAE-Ufes em mantê-lo ao longo desses mais de 20 anos.

Destaca-se ainda os responsáveis pelo projeto até aqui:

Professores

  • Rosembergue Bragança;
  • José Eduardo Macedo Pezzopane;
  • Antonio Maria Tulli;
  • Alexandre Rosa dos Santos;
  • Edvaldo Fialho dos Reis;
  • Sidney Sara Zanetti; e
  • Giovanni de Oliveira Garcia.

Técnicos

  • Flávio Neves Celestino;
  • Guilherme Barbosa Reis;
  • Marcos Paulo Mazzeo Mariano e
  • Venilton Santos Barbosa.

Estagiários

  • Ana Paula Almeida Bertossi Souza;
  • Anderson Lazarini Lima;
  • André Cavalcante Ceotto;
  • Bianca Vique Fernandes;
  • Cleir Leco Bertazzo;
  • Ewerton L. Mansur;
  • Fabiano Loyola Provedel;
  • Francis Barroso Sarcinelli;
  • Geovanni Andreon Viçosi;
  • João Carlos Madalão;
  • Madlles Queiroz Martins;
  • Michel de Assis e Silva;
  • Moacir Costalonga Jr;
  • Nelsimar Bastos Gonçalo;
  • Patrik Colombi;
  • Rafael Regiani;
  • Renato Dutra Milholi;
  • Rodrigo Badaró Martinuso;
  • Tiago Tozetti Lima; e
  • Rafael de Araújo Machado.

Observadores

  • José Luiz de Souza;
  • Luiz Carlos Paula da Costa;
  • Paulo Carlos Ferreira da Silva;
  • Paulo Cézar Arpini; e
  • Wender Vaillant Moulin.

Referências

ALLEN, R. G. et al. Crop evapotranspiration – Guidelines for computing crop water requirements – FAO Irrigation and drainage paper 56. [s.l: s.n.].

BAMBINI, M. D.; FURTADO, A. T. Redes observação e a evolução tecnológica contribuindo para o desenvolvimento de modelos matemáticos na Meteorologia no século XX. SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA, 12.; CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE HISTÓRIA


BENDER, F. D. Mudanças climáticas e seus impactos na produtividade da cultura de milho e estratégias de manejo para minimização de perdas em diferentes regiões brasileiras. Piracicaba: USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2017.

BRAGANÇA, R. Estudo comparativo da estimativa da evapotranspiração de referência para três localidades no estado do Espírito Santo. [s.l.] Universidade Federal do Espírito Santo, 2007.

XAVIER, A. C.; KING, C. W.; SCANLON, B. R. Daily gridded meteorological variables in Brazil (1980–2013). International Journal of Climatology, v. 36, n. 6, p. 2644–2659, 2015.