UMA MELHORA QUESTIONÁVEL
O Boletim de Conjuntura em Economia da Ufes, produzido pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Conjuntura da Universidade Federal do Espírito Santo, chega a sua 66 a edição. Seu formato segue a mesma estrutura da edição anterior, com quatro seções, a primeira com a análise do nível de atividade, política fiscal e setor externo, a segunda sobre política monetária e inflação e a terceira tratando do mercado de trabalho. Completa o texto, a tradicional análise do economista Fabrício Oliveira, fazendo um balanço da economia mundial e nacional. Um anexo estatístico fecha o boletim.
Os textos que seguem apresentam o desempenho da economia brasileira após a vacinação de mais de 75% da sua população contra a COVID-19. Embora esse resultado não tenha encerrado a pandemia, ele permitiu uma circulação de pessoas sem o espectro dos lockdowns, o medo da contaminação e adoecimento grave e a exaustão do sistema de saúde público e privado. Diante desse recorte, os dados analisados compreendem o ano anterior à pandemia da COVID-19 e o primeiro trimestre de 2022.
Sob o título “Uma melhora questionável”, a análise conjuntural aqui desenvolvida questiona os resultados positivos da economia brasileira neste começo de 2022. Afinal, o crescimento do PIB não demonstra sustentabilidade em seus indicadores, a inflação atingiu um patamar elevado, a taxa Selic tem sofrido sucessivas altas e o crescimento da ocupação da força de trabalho se dá puxada pela informalidade. Quando somados, esses fatores apontam para uma tendência de baixo crescimento e piora na qualidade de vida.
Nesse sentido, os dados apresentados e o texto do professor Fabrício de Oliveira permitem questionar o resultado aparentemente positivo apresentado pelos indicadores macroeconômicos nacionais. O professor Fabrício mostra, ainda, que o cenário de recessão para a economia mundial neste ano de 2022 reforça a dura realidade para a economia brasileira nos próximos anos e pode se aprofundar mediante o potencial acirramento de um conflito mundial. Neste sentido, o desenho do futuro da economia brasileira ainda não está claro e a melhora de alguns indicadores deve ser interpretada com ressalvas.
Nós, professores e estudantes do Grupo de Conjuntura, convidamos a todas e todos para a leitura dos textos produzidos para a presente edição.
Boa leitura!
Grupo de Conjuntura