Pesquisa sobre utilização de resíduos de vidros em concreto recebe prêmio

Estudante de pós-graduação da Ufes Guilherme Guignone (ao centro) recebe cheque do prêmio por sua pesquisa com uso de vidro para fabricar concreto
O estudante Guilherme Guignone (ao centro) recebe o prêmio pela pesquisa a respeito da utilização de resíduos da lapidação de vidros como substitutos parciais ao cimento. Foto: Secom ES
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O estudante Guilherme Cunha Guignone, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC/Centro Tecnológico) foi o ganhador do Prêmio Ecologia 2017 – Soluções e Inovações Ambientais, na categoria “Pesquisa de Pós-Graduação”.

O Prêmio Ecologia é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), com a participação do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh). Guilherme recebeu o prêmio pela pesquisa intitulada “Desempenho de concretos com a utilização de resíduos da lapidação de vidros como substitutos parciais ao cimento”, desenvolvida durante o seu curso de mestrado, sob a orientação da professora Geilma Lima Vieira (PPGEC).

Os estudos têm por objetivo promover utilidade ao resíduo gerado no processo de lapidação e polimento de vidros planos, proveniente de um sistema de reaproveitamento de água adotado nesse processo. O resíduo foi, então, utilizado em concretos estruturais como substituto parcial ao cimento. Esse material final deveria apresentar benefícios em sua utilização.

“Assim, a pesquisa concluiu que esse resíduo, com sua posterior secagem e moagem (em torno de 2 horas), possibilita a substituição de até 20% do cimento, conservando a resistência à compressão. Possibilita também a elevação da resistência à corrosão das armaduras do concreto, por ataque de íons cloretos, em até oito vezes, além de reduzir a ocorrência de outros mecanismos deletérios ao concreto como a reação álcali-agregado”, explica Guilherme.

A utilização de resíduos da lapidação do vidro em estruturas de concreto como substitutos parciais ao cimento, além de promover benefícios tecnológicos, promove benefícios ambientais, pois grande parte desse resíduo seria descartada no meio ambiente. Com isso, sua incorporação em concretos proporcionaria redução de aterros e passivos provenientes da fabricação do cimento.

Guilherme acrescenta ainda que essa ação contribui para a redução da utilização de recursos naturais, da emissão de CO2 e do consumo energético. “Tem-se ainda a elevação da vida útil de concretos, minimizando a degradação prematura das construções, elevando o tempo de utilização da edificação, evitando demolições, reparos e outras construções para o mesmo fim. Logo, o aproveitamento do resíduo oriundo do processo de lapidação de vidros tende a favorecer a execução de concretos de alto desempenho e a oferecer destinação ao resíduo”, diz.

Não há somente benefícios para o meio ambiente. “Há também impactos econômicos e sociais positivos. O primeiro é por causa do menor custo na deposição do resíduo, da elevação de vida útil das construções e da redução de reparos e manutenções prematuras. Já os sociais estão relacionados às edificações em concreto armado mais seguras e duráveis”, conclui Guilherme.

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