– Por Jorge Medina –
Um Assistente Médico Portátil Integrado (Ampi) capaz de ajudar no diagnóstico da COVID-19 está sendo desenvolvido na Ufes. Por meio de sensores que medem batimentos cardíacos, pressão arterial, nível de saturação de oxigênio e temperatura corpórea, o aparelho informa, tanto ao usuário quanto ao médico que o acompanha de forma remota, se o paciente possui os sintomas da COVID-19. Os trabalhos estão sendo realizados sob a coordenação do professor do curso de Engenharia Elétrica Teodiano Bastos.
“Com isso, a infecção pelo coronavírus será detectada antes dos sintomas se manifestarem nos indivíduos, permitindo ao paciente a tomada imediata de precauções, como o isolamento social e o atendimento médico para os exames clínicos. O objetivo é detectar a doença antes dos sintomas”, explica Bastos.
O processo é realizado utilizando as técnicas de inteligência artificial que farão todos os procedimentos de medição de batimentos cardíacos, pressão arterial, nível de saturação de oxigênio e temperatura corpórea.
“A aferição da tensão arterial das pessoas facilita no diagnóstico da doença, já que a hipertensão é a principal causa de morte cardiovascular, um dos fatores de risco para pacientes com o coronavírus. Perceber o nível de saturação de oxigênio já é um alerta, uma vez que a doença está associada à dificuldade em respirar e à falta de ar. Já a medição da temperatura do corpo permite a detecção de febre, que é outro sintoma frequente nos diagnosticados com a COVID-19”, detalha o professor.
Telemedicina
Outra vantagem do Ampi é a utilização da telemedicina, processo de monitoramento via remota que compartilha informações médicas e análise de resultados de exames sem a presença dos profissionais da saúde. Com esse mecanismo, médicos de qualquer localidade poderão tomar decisões com rapidez e precisão. São procedimentos que ajudam no tratamento da COVID-19 antes do agravamento da doença.
Bastos explica ainda que, nessa parte inicial da pesquisa, devido à pandemia, cada um dos integrantes do projeto está realizando seus trabalhos em suas próprias residências, desenvolvendo os softwares necessários. A próxima etapa é a realização de testes práticos com os sensores e os microcontroladores. Depois de todo esse processo, o estudo será desenvolvido no laboratório do Núcleo de Tecnologia Assistiva (NTA) da Ufes. O professor acredita que os trabalhos estejam finalizados até o final deste ano.
O projeto foi selecionado pelo Programa de Combate a Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e tem a participação de professores, pesquisadores de pós-doutorado e alunos de doutorado da Ufes.
Inteligência artificial
Paralelamente ao desenvolvimento do Ampi, a equipe da Ufes está realizando outra pesquisa. Trata-se da utilização de algoritmos de inteligência artificial para analisar os dados coletados pelo Ampi com os usuários assintomáticos a fim de identificar uma possível contaminação pela COVID-19, mesmo que o paciente não apresente sintomas. O objetivo é evitar que os usuários só procurem o atendimento médico quando já estão com sintomas em estados avançados, que poderão levar ao óbito.
Os pesquisadores pretendem ainda desenvolver aplicativos de smartphone (compatíveis com os sistemas operacionais Android e IOS) para obter dados biomédicos de frequência cardíaca, pressão arterial, nível de saturação de oxigênio e temperatura corpórea do usuário. Para isso, serão utilizados os recursos do próprio aparelho, com técnicas de fotopletismografia e fotopletismografia remota.
A fotopletismografia é uma técnica óptica que pode ser usada na detecção das alterações no volume sanguíneo no leito microvascular do tecido. Já a fotopletismografia remota permite que uma câmera de smartphone grave a luz refletida pelos vasos sanguíneos que fluem sob a pele.
Edição: Thereza Marinho
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