– Por Adriana Damasceno –
Uma parada de transporte urbano organizada em módulos integrando ponto de ônibus, lavatório, bicicletário, lixeira, mesa e banco para refeições rápidas. Tudo adequado às necessidades surgidas em meio à pandemia da COVID-19. Foi com essa ideia inovadora que os estudantes do 6º período de Arquitetura da Ufes Pâmela Lira, Giovanna Piassi, Lara Perin e Vândila Lima e o colega da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Felipe Pereira ficaram entre os vencedores do Concurso de Ideias Casa Sustentável – Cidade Sustentável realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS). Os ganhadores concorreram com propostas enviadas de todo o Brasil.
A ideia do concurso, cujo edital para estudantes foi lançado em agosto, era desafiar universitários de todo o país a inovar e propor soluções arquitetônicas para o enfrentamento ao novo coronavírus, colaborando para uma sociedade mais saudável e segura durante a quarentena, além de pensar novas formas de vivência que se farão necessárias no meio urbano no pós-pandemia.
Dentre as categorias, estavam Cidade Saudável; Espaços Públicos; Equipamentos Públicos; Trabalho Saudável; e Casa Saudável. A equipe Ufes/UFPel foi uma das cinco campeãs na categoria Espaços Públicos e recebeu R$ 1 mil em dinheiro. Propostas de novos parques, praças, ruas e mobiliários urbanos ou estratégias de adaptação para os espaços existentes estavam concorrendo nessa categoria.
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Adequações
O projeto desenvolvido pela equipe parte do princípio de que o mobiliário urbano deve se adequar às necessidades surgidas neste período de pandemia. “Propusemos um módulo que, além de ser resiliente, colabora com um uso adaptativo para um modo de vida com medidas mais restritivas ou não, tendo assim a capacidade de se adequar, buscando a flexibilidade que uma estrutura modular permite e que o ambiente onde será inserido suporte”, explica a estudante Giovana Piassi.
Ela ressalta que a COVID-19 fez com que a população passasse a ter de conviver com uma série de mudanças comportamentais na tentativa de controlar o contágio: “Essa nova realidade cria uma série de necessidades, evidencia outras, acelera processos que estavam em andamento e gera inquietações relacionadas ao ambiente em que se vive, tanto no lar como na cidade”.
Multifuncionalidade
Para Pâmela Lira, o acolhimento da diversidade dos usuários, a utilização de recursos naturais para reaproveitamento e a facilidade operacional na montagem e na ampliação são pontos fundamentais para um mobiliário urbano. Assim, a equipe buscou uma forma menos convencional, que possibilitasse a criação de encaixes, caracterizando a multifuncionalidade.
“Partiu-se da ideia de criar uma parada de transporte que englobasse todos os demais módulos (lavatório, bicicletário, lixeira, mesa e banco) e que, a partir desse, pudessem ser criados modelos ainda maiores, levando em consideração o local a ser implantado”, ressalta.
Conforme previsto no edital do concurso, os aspectos e a realidade do Rio Grande do Sul, como clima, cultura e materialidade, deveriam ser pontos considerados no projeto. Dessa forma, os universitários escolheram materiais que respeitassem e dialogassem com o clima temperado, característico da região.
O resultado é uma estrutura metálica, leve e de fácil e rápida montagem, que, segundo os estudantes, proporciona um aspecto moderno ao projeto. O uso de chapa de aço perfurada e de madeira resulta em baixa variação térmica e torna a estrutura atrativa e aconchegante, mesmo nos dias frios.
“Como é nosso primeiro concurso, a gente queria participar pela própria experiência mesmo. Estávamos orgulhosos do trabalho desenvolvido, e ganhar foi uma validação do que idealizamos. Ficamos muito felizes, e o reconhecimento é muito bom”, finaliza Lara Perin.
O resultado foi divulgado no dia 6 de novembro, em cerimônia ao vivo transmitida pelo Facebook do CAU/RS. Os outros projetos vencedores em todas as categorias podem ser conhecidos no site do concurso.
Edição: Sueli de Freitas
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