Pesquisa mostra como os aspectos psicossociais afetam a escolha profissional

Sala de aula de escola capixaba, com professora e alunos de máscara e cumprindo distanciamento social
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– Por Breno Alexandre* –

Uma pesquisa realizada com estudantes do ensino médio de duas escolas públicas da rede estadual no município de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Espírito Santo, revela que fatores socioeconômicos e acesso a informações têm relação direta com a forma como os adolescentes lidam com o momento de escolha profissional e planejamento da vida futura. O estudo foi desenvolvido por Letícia Fonseca durante o mestrado, com orientação da professora Cláudia Pedroza, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Ufes, e envolveu 58 alunos concluintes do ensino médio, com idade entre 16 e 19 anos. O objetivo principal foi identificar os fatores que influenciam na escolha de carreira desses jovens.

A primeira etapa consistiu na aplicação de um questionário socioeconômico associado à Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional (EAE-EP), ferramenta utilizada na Psicologia que aponta o quanto o indivíduo sente-se capaz de realizar uma determinada atividade. Assim, foram levantados dados sobre quatro fatores: autoavaliação, coleta de informações ocupacionais, busca de informações profissionais práticas e planejamento de futuro. 

Na segunda etapa, os alunos foram convocados para entrevistas, momento em que foi possível entender melhor a opinião de cada um deles sobre o processo de qualificação profissional após a conclusão do ensino médio. Foi constatado que os participantes que obtiveram melhor desempenho na EAE-EP possuem maior acesso a informações. “São os participantes que se sentiam mais seguros para fazer a escolha profissional, com resultados mais direcionados, e apresentavam planos mais práticos para o futuro”, conta Letícia Fonseca.

Em contrapartida, os que obtiveram resultado baixo na EAE-EP mostraram muitas dúvidas, sem um parâmetro inicial. A pesquisadora destaca a influência das questões socioeconômicas na decisão sobre o futuro. “Houve participante cujo planejamento para o ano seguinte não era a faculdade, mas sim o trabalho, para juntar dinheiro”, conta. 

Na sua avaliação, é importante que a escolha profissional seja encarada como uma política pública a ser tratada nas escolas de forma transversal e antes do terceiro ano do ensino médio.

*Bolsista de Comunicação

1 Comentário

  1. Parabéns, Letícia!
    Sua pesquisa é uma constatação também da realidade de muitos jovens que ainda hoje não vislumbram a possibilidade de alcançar seus sonhos!

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