Ufes participa de estudo sobre ensino de inglês na educação básica

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– Por Vitor Guerra* –

Um estudo interinstitucional sobre o ensino de inglês nos anos iniciais da educação básica identificou que escolas públicas de 23 dos 78 municípios do Espírito Santo oferecem a disciplina de língua inglesa. A partir de dados como esses, levantados também em outros estados, serão desenvolvidas unidades didáticas para utilização em sala de aula durante o ensino emergencial remoto em função da pandemia de covid-19.

O projeto, financiado pelo Conselho Britânico, envolve a Ufes e mais quatro instituições de ensino superior: Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Na Ufes, o projeto é coordenado pela professora do Departamento de Línguas e Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGEL) Cláudia Kawachi e conta com a participação de alunas da graduação e da pós-graduação.

O estudo é dividido em três fases: mapeamento dos municípios que já ofertam a língua inglesa nos anos iniciais de escolarização, sugestão de diretrizes para implementação do inglês em escolas públicas e desenvolvimento de materiais didáticos que possam atender às necessidades imediatas dos aprendizes para o período de educação remota.

“A primeira fase, já concluída, foi quantitativa. Conseguimos mapear quais municípios, quantas escolas e quais os materiais adotados para o ensino de inglês para crianças até o 6° ano do fundamental. No Espírito Santo, dos 78 municípios, 62 responderam ao nosso contato e 23 estavam ofertando a disciplina de língua inglesa”, comenta a professora Cláudia Kawachi. Na sua avaliação, o resultado regional foi positivo, pois, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o ensino de inglês só é obrigatório a partir do 6° ano do ensino fundamental.

Novas práticas

O projeto tem como um dos objetivos a criação de materiais didáticos que contribuam com a democratização do ensino, diminuindo as diferenças entre a educação pública e a privada.

“A gente não quer algo prescritivo, a linguagem não funciona assim. Podemos pensar pontos de partida para que mais municípios e gestores pensem na importância de ter o ensino de inglês nas respectivas escolas. No Brasil, nos acostumamos a pagar pela educação, pela saúde e por muitas coisas que deveriam ser direitos básicos; nós temos que inverter essa história e resgatar o público”, enfatiza a professora.

Dinâmica de jogos

A última fase do projeto tem como objetivo o desenvolvimento de materiais didáticos gamificados, ou seja, com uso de mecânicas e dinâmicas de jogos, que possam atender, em caráter temporário, às necessidades relacionadas ao ensino durante a pandemia.

“Vamos desenvolver uma unidade didática que possa ser usada por aplicativo de mensagem ou email. A gente sabe que nem todo mundo tem um celular, ou a família tem um celular e três filhos, então estamos cientes dessa limitação. Mas ainda vamos chegar nessa última parte que materializa a educação em que a gente acredita, um processo que contribua com os alunos e que fuja dessa ideia conteudista”, explica a professora.

*Voluntário em projeto de Comunicação

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