Projeto avalia impacto da luminosidade da Antártica na saúde de pesquisadores

Continente gelado tem poucas horas de luz no inverno e sol da meia-noite no verão. Foto: Divulgação/ Daniela Amaro/ Ufes
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– Por Breno Alexandre* –

Um projeto de pesquisa desenvolvido na Ufes busca determinar a influência da iluminação na saúde e no conforto dos usuários da Estação Antártica Comandante Ferraz, base brasileira naquele continente. O projeto, denominado LuzAntar,  utiliza um sistema e um equipamento para avaliar a quantidade e a qualidade da luz recebida no ambiente.

As tecnologias foram desenvolvidas pelos laboratórios de Telecomunicações (LabTel) e de Pesquisas em Redes e Multimídia (LPRM) da Universidade.  Duas unidades do equipamento utilizado foram fabricadas na impressora 3D do LabTel: uma para um período de testes e outra que está em funcionamento na base de pesquisa na Antártica desde 2019. 

O projeto analisa como as características inerentes à geografia do Círculo Polar Antártico – invernos longos e de pouca luz e verões com fenômenos como o sol da meia-noite (período com luminosidade 24 horas por dia) – afetam o metabolismo dos pesquisadores que vivem na estação. O equipamento usado conta com sensores de umidade, temperatura, luz e qualidade do ar, e há a possibilidade de captar outros elementos, como som e imagem. 

O estudo é desenvolvido pelos doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Energia Elétrica da Ufes (PPGEE) Daniela Amaro e Jordano Celestrini, juntamente com os pesquisadores de iniciação científica Bruno Rocha e Marcelo Victor Barbosa, sob a orientação do professor Marcelo Segatto. Daniela Amaro, que é mestre em Arquitetura e em Engenharia Civil, compara os dados sobre a luz com informações a respeito das pessoas que frequentam a base da Antártica, extraídas com relógios inteligentes, dentre elas as relativas a pressão arterial e sono.

“É uma situação extrema e é preciso saber quais características do ambiente são nocivas para o ser humano. O fato de o projeto ser multidisciplinar é um ponto chave para o andamento, pois o conhecimento de Arquitetura e de Engenharia permite trabalhar a qualidade de vida dos usuários da estação”, afirma a pesquisadora, acrescentando que cada missão à Antártica possui 15 integrantes.

O projeto é continuação de uma série de estudos iniciados em 2012, na Antártica, pelo Laboratório de Planejamento e Projetos (LPP) da Ufes, com o objetivo de analisar a arquitetura da base dos pesquisadores no continente, e avaliar possíveis melhorias. Para saber mais, acesse a reportagem publicada na Revista Universidade.

A pesquisa tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Também colaboram com o estudo o mestrando do LPRM Vinícius Ferreira, sob a orientação do professor Celso Santos, do Departamento de Informática, e os professores Roberto Colistete (do Departamento de Química e Física, de Alegre) e Cristina Engel (do Departamento de Arquitetura Urbanismo), todos da Ufes.

* Bolsista em projeto de comunicação. Texto editado às 17h51 para acréscimo de informações.

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