Pesquisa analisa a concentração de poluentes nas casas e nas escolas de crianças com asma

O principal fator de risco para a asma é a exposição prolongada a níveis muito altos de poluição atmosférica nos ambientes internos, aponta estudo. Foto: Wikip2011/CC
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– Por Breno Alexandre* –

Uma pesquisa da Ufes mostrou que a poluição do ar que atinge as crianças acompanhadas pelo projeto Asmavix está principalmente dentro das residências e das escolas, e não no trajeto. Essa foi a conclusão da dissertação de mestrado de Davi Monticelli no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, em que foi orientado pela professora Jane Meri Santos e co-orientado pela professora Elisa Goulart. 

O estudo foi realizado em três bairros da cidade de Vitória, visando determinar a situação de duas escolas e das casas de cerca de 21 estudantes. “Os níveis de material particulado, incluindo poeiras ultra fina, fina e grossa, são muito altos nas escolas e nas casas das crianças. O deslocamento entre a casa e a escola não é o principal responsável pela exposição”, avalia Monticelli.

A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do projeto Asmavix, que tem o objetivo de investigar a função respiratória em portadores de asma leve ou moderada, para determinar como a poluição do ar afeta os sintomas em crianças e adolescentes. Participam do Asmavix cerca de 20 pesquisadores dos programas de pós-graduação em Ciências Fisiológicas e em Engenharia Ambiental da Ufes.

O principal fator de risco para a asma é a exposição por um longo período de tempo a níveis muito altos de poluição atmosférica nos ambientes internos, segundo o estudo. Monticelli afirma que as crianças e os adolescentes que moram perto das principais vias de tráfego são as mais expostas aos poluentes.

A conclusão foi obtida por meio da análise de dados feita pelo software Califórnia Puff Model (Calpuff), que é um modelo de dispersão de poluentes atmosféricos e leva em consideração fatores como radiação solar, condições de terreno, localização das fontes de emissão dos poluentes atmosféricos e a quantidade de poluentes emitidos, direção e velocidade do vento, além de informações dos receptores, como a localização da escola e das casas das crianças. Assim, o programa determina a concentração dos poluentes analisados no ambiente escolhido.

Asmavix

O projeto de pesquisa Asmavix é dividido em duas equipes. A parte de engenharia trabalha no monitoramento da qualidade do ar, mensurando a concentração de compostos orgânicos voláteis, dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3), material particulado e fungos nos ambientes externo e interno das residências (saiba mais sobre o material monitorado neste link). A ideia inicial é observar os ambientes por dois anos, durante os períodos de inverno e verão. 

Já a equipe de saúde realiza o acompanhamento de 200 crianças e adolescentes portadores de asma atendidos em clínicas ou unidades de saúde de Vitória. Durante 10 a 15 dias, cada participante deve ser monitorado, em domicílio, por meio do preenchimento de um diário e da realização de testes de espirometria (para avaliar o funcionamento dos pulmões) nos períodos tanto de inverno quanto de verão.

A pesquisa, que tem financiamento da empresa ArcelorMittal, está com algumas atividades pausadas desde março de 2020, devido às medidas de isolamento social em virtude da pandemia de covid-19. 

Conheça mais sobre o Asmavix neste link.

* Bolsista em projeto de Comunicação

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