Pesquisa analisa impactos do tempo de jejum em exames de glicose. Há vagas para voluntários

Pesquisa analisa a evolução dos níveis de glicose no organismo a partir do jejum. Foto: 8photo/Freepik
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– Por Vitor Guerra* –

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PPGCF) da Ufes está realizando uma pesquisa sobre os impactos do tempo de jejum nos exames de glicose. Como parte do estudo, amostras de sangue já foram coletadas em um primeiro grupo de voluntários. Agora, novas vagas para voluntários foram abertas para uma segunda etapa.

A pesquisa, intitulada Efeito do Jejum no Espectro de FT-IR, é desenvolvida pelo mestrando Walter Filho, sob orientação do professor Valerio Barauna.

O voluntário precisa chegar às 7 horas do dia a ser agendado, conforme sua disponibilidade, no Laboratório de Fisiologia Molecular e do Exercício Físico, localizado no campus da Ufes em Maruípe, Vitória. É necessário estar em jejum desde que acordar, podendo tomar apenas água. Após a ingestão de um café da manhã padronizado, que fará parte do protocolo experimental, a análise da evolução dos níveis de glicose no organismo será iniciada. “Submetemos a pessoa a um ponto zero de jejum, com uma primeira coleta de sangue, e, a partir do momento em que ela termina de tomar o café da manhã definido para a pesquisa, fazemos outra coleta. Serão feitas mais quatro coletas de duas em duas horas”, descreve. 

Foto: Acervo da pesquisa

Técnica FT-IR

O FT-IR, que significa “espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier”, é uma técnica usada para análises de perfis espectroquímicos de diversos tipos de amostras biológicas sólidas e líquidas, como sangue, urina ou saliva. “A técnica é barata e tem grande potencial analítico, o que vem fortalecendo cada vez mais a sua aplicabilidade na medicina diagnóstica. Ao colocar o fluido corporal em uma máquina, conseguimos, em dez segundos, um gráfico que apresenta graus de absorbância em comprimentos de ondas do infravermelho. A leitura desse gráfico, através de seus picos, nos apresenta um tipo de ligação química e, com isso, é possível monitorar substâncias presentes naquela amostra”, explica o mestrando.

Walter Filho destaca o caráter menos invasivo da técnica e a possibilidade de ser aplicada com pequenas doses de fluidos corporais. “Basta a coleta de uma pequena quantidade [de sangue] na ponta do dedo”, indica. 

Ele explica que a pesquisa tem um caráter descritivo: “Trabalhamos com a hipótese de que nossa técnica seja capaz de detectar mudanças no espectro do indivíduo em diversos momentos do jejum, ou seja, nosso estudo tem, neste momento, um caráter fundamentalmente descritivo, para, aí sim, em um futuro próximo, responder a outras perguntas que possam surgir”.

Como participar

Não há restrição de idade ou gênero, sendo necessária apenas a disponibilidade para permanecer no ambiente de estudo por até nove horas e autorizar coleta de sangue na ponta do dedo. Pessoas com qualquer tipo de desordem metabólica diagnosticada não podem participar do estudo.

Os participantes permanecerão sem se alimentar durante os trabalhos, mas o consumo de água está liberado. Além disso, será disponibilizado ambiente climatizado com acesso a internet, televisão e espaço para leitura. A participação na pesquisa garante certificado.

Para se inscrever, os voluntários devem entrar em contato direto com o pesquisador, pelo e-mail walter.g.silva@edu.ufes.br ou pelo telefone (27) 98871-6937. A pesquisa tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Ciências da Saúde da Ufes (CCS/Ufes), sob parecer consubstanciado nº 5.128.776. 

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