Pesquisa mostra como economizar até 36% de energia elétrica e ganha prêmio nacional

Filipe Costalonga e sua orientadora, a professora Edna Rodrigues, do curso de Arquitetura e Urbanismo
Filipe Costalonga e sua orientadora, a professora Edna Rodrigues, do curso de Arquitetura e Urbanismo. Foto: Jorge Medina/Ufes
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A pesquisa de iniciação científica de Filipe Galina Costalonga, intitulada “A influência da janela no consumo de energia em edificações residenciais multifamiliares”, foi uma das vencedoras do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável 2016. Filipe é recém-formado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Ufes.

Sua pesquisa concorreu com outras 263, ficando entre as cinco melhores. A investigação analisou o desempenho térmico de um ambiente ventilado naturalmente, com modelos de janelas diferentes, considerando o quantitativo de frequência de desconforto térmico (FDT), em relação ao consumo de quilowatt-hora (kWh) para resfriamento. OFDT é uma percentagem de tempo que a temperatura operativa está acima ou abaixo do intervalo de conforto.

O resultado indicou que um modelo de janela permite reduzir em até 36% o consumo de energia pelo uso da ventilação natural com sombreadores.“As janelas utilizadas tiveram como referência o modelo mais utilizado nessas edificações e com as características descritas nas diretrizes da norma de desempenho. A utilização de componentes que permitiam a ventilação constante e o sombreamento da janela foram fatores importantes na melhoria do desempenho térmico da edificação, diminuindo em até 36,44% o consumo de kWh para a refrigeração”, enfatiza Costalonga.

A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar que a janela mais usual nos edifícios residenciais multifamiliares não é adequada e demonstra um desempenho ruim para o conforto térmico, indicando ambientes com a necessidade de maior uso de refrigeração mecânica, elevando, assim, o consumo de energia.

A pesquisa foi realizada durante o verão em residências multifamiliares no município de Vitória e é um desdobramento da tese da professora Edna Nico Rodrigues que analisou duas mil residências. Edna Rodrigues foi a orientadora de Filipe durante a pesquisa de iniciação científica.

“Acredito que essa premiação é um reconhecimento nacional e internacional dos nossos alunos e da nossa instituição como formadores de profissionais, pois é a primeira vez que a Ufes foi premiada nesta área e é o único trabalho de arquitetura selecionado”, destaca a professora Edna.

Por sua vez, o estudante premiado ressalta a importância da premiação para a sua vida profissional. “É um reconhecimento acadêmico e profissional. Temos de ter consciência da importância do desenvolvimento social e do meio ambiente com a sustentabilidade”, destaca. A pesquisa também enfatizou a importância da economia de energia, devido à crescente urbanização mundial. “Projeções mostram que a urbanização, associada ao crescimento populacional mundial, poderá trazer mais de 2,5 bilhões de pessoas para as áreas urbanas até 2050. Além disso, mostra que o consumo de energia está aumentando, em média, 3% ao ano, sendo os aparelhos de ar condicionado os responsáveis por 20% do consumo de eletricidade no setor residencial; a geladeira por 22% e o chuveiro, 24%. Esses são os principais desafios para o desenvolvimento sustentável”, garante Costalonga.

Apesar de recém-formado, Filipe não perdeu seu vínculo com a Ufes. Ele participa de projetos do Laboratório de Planejamento e Projetos (Centro de Artes), que atua no desenvolvimento de pesquisas e projetos baseados nos conceitos da sustentabilidade do ambiente natural e construído. O laboratório tem a coordenação da professora Cristina Engel de Alvarez.

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