– Por Vitor Guerra* –
Um estudo realizado na Ufes indicou grande potencial econômico e nutricional de dois tipos de bananas para a produção de farinhas verdes integrais de forma sustentável. A pesquisa foi desenvolvida por Luana Borsoi, sob a orientação da professora Erika da Silva e co-orientação do professor José Luis Ascheri, ambos do Programa de Pós Graduação em Nutrição e Saúde (PPGNS) da Ufes.
A farinha de banana verde integral vem atraindo o interesse da indústria alimentícia e de pesquisadores devido ao seu baixo custo e ao seu potencial biológico. “A farinha de banana é sem glúten, então, para pessoas que apresentam alergia ou intolerância, pode ser uma opção. As fibras presentes na farinha de banana também podem ajudar no funcionamento intestinal e seus compostos bioativos possuem boa capacidade antioxidante, podendo atuar de forma a prevenir o envelhecimento precoce das células”, detalha a pesquisadora.
O estudo contou com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e de produtores de Alfredo Chaves, município que é referência nacional na produção de bananas.
Foram comparados dois tipos de banana: a figo e a prata-anã. “A banana prata é muito comum, porque podemos encontrar no mercado. Já a banana figo, indicada pelo Incaper, não é encontrada facilmente, seu uso é comumente industrial e seu sabor é muito amargo”, comenta Luana Borsoi.
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Resultados
O produto final teve um diferencial sustentável. “Pensando em como evitar o desperdício, a farinha de banana que produzimos foi feita com polpa e casca”, detalha a pesquisadora. Ela ressalta que, normalmente, as farinhas de banana verde integral produzidas com casca tendem a deixar um gosto amargo, mas que conseguiu superar esse problema utilizando uma metodologia desenvolvida no Laboratório de Técnica Dietética da Ufes.
Além disso, o uso da casca da banana na produção da farinha pode contribuir para minimizar os problemas ambientais relativos ao descarte desse resíduo, como também agregar valor nutricional ao produto devido a sua composição.
Luana Borsoi concluiu que as farinhas de banana feitas de ambas as espécies apresentaram potencial nutricional e de interesse para a indústria. “É um produto de baixo custo quando comparado a outros tipos de farinhas, como a farinha de açaí e de amêndoas”, acrescenta a pesquisadora.
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*Estudante de jornalismo e voluntário em projeto de Comunicação
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