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Por que a política do filho único virou uma bomba demográfica na China

O governo chinês anunciou, nesta quinta-feira, que decidiu pôr fim à política do filho único, que por mais de três décadas impediu que casais tivessem mais de uma criança e causou impacto na sociedade e na economia do país. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o Partido Comunista determinou que, agora, os casais poderão ter dois filhos.

Quanto tempo o Brasil tem até que o envelhecimento da população dificulte o crescimento econômico

Imagine uma casa onde vive uma família formada por pai, mãe e cinco filhos. Com o decorrer dos anos, os pais se aposentam. As crianças, já adultas, trabalham. Mas só uma delas decide ter filhos. Ou seja, se no passado duas pessoas sustentavam cinco, o quadro se inverteu: agora, cinco (filhos) sustentam três pessoas: os dois avós e o neto.

10 proposições para jovens demógrafos/estudiosos de população – por Massimo Livi-Bacci

Dez proposições (não um decálogo!) ditadas pela experiência e inclinações pessoais: para o benefício dos jovens demógrafos (100 anos de idade ou menos)

por Massimo Livi-Bacci (2012) 
[Tradução de Ricardo Dagnino a partir do original em inglês – Fonte: Blog Profissão Geógrafo] 

1. Conhecimentos de métodos, modelos, estatística e matemática são essenciais. Mas, antes, adquira um bom conhecimento em uma área disciplinar substantiva em ciências humanas ou sociais ou biologia.

2. Faça do cruzamento de fronteiras disciplinares um hábito, e não uma exceção. Não seja intimidado pela altura das cercas disciplinares ou pela precisão dos perímetros disciplinares. Pegue emprestado e use (não cegamente) conceitos, métodos, resultados – mas compreenda corretamente os seus limites, a importância, a área de aplicação.

3. Qualquer (boa) análise pontual (relacionada a um momento específico ou área geográfica) pode ser relevante. Mas coloque os resultados em perspectiva, através do tempo e do espaço.

4. Abordagens macro e micro para questões populacionais não estão em concorrência, mas devem ser integradas. Macro tendências influenciam micro (individual) comportamentos e vice-versa. Exemplos: modelos malthusianos, fenômenos dependentes da densidade, etc

5. Relacione e integre os diversos fenômenos demográficos em um “sistema demográfico”. Fenômenos não são independentes, mas interdependentes, através do funcionamento do sistema. Sistemas mudam ao longo tempo.

6. Comportamentos demográficos (entrar numa união, ter filhos, mobilidade, comportamentos saudáveis, sobrevivência …) são essenciais, componentes básicos do capital humano. Eles são habilidades, capacidades, prerrogativas (ver A. Sen).

7. Não desanime se não há “dados apropriados”, ou o “banco de dados” necessário não está disponível a um clique do seu PC. “Quod non est in numero non est in mundo”?

8. Não altere o objeto de estudo só porque há muito dinheiro para pesquisa em um campo diferente (contracepção, planejamento familiar, AIDS, envelhecimento …).

9. Sobre qualquer tema pode haver literatura relevante em línguas diferentes do inglês.

10. Demografia é central para as ciências sociais, não é uma disciplina subserviente, auxiliar e periférica.

Referência:
LIVI-BACCI, Massimo. Ten propositions (not a decalogue!) dictated by experience and personal inclinations: for the benefit of young demographers (100 years old, or less). In: TURRA, Cássio; CUNHA, José Marcos. (Org.) População e desenvolvimento em debate: contribuições da Associação Brasileira de Estudos Populacionais. Demografia em Debate – Volume 4. Belo Horizonte: ABEP, 2012. (p.37).

A CASA CAIU: Como fica o direito à moradia em uma época que o doce lar virou ativo financeiro

Pela Constituição, os imóveis e a cidade têm função social no Brasil. Mas, na prática, há muito mais residências vazias no país do que famílias sem uma casa decente para chamar de sua. O problema é que esse deserto telhado é encarado como investimento por seus proprietários, e não refúgio para pessoas. Nesse cenário, qual cidade surge quando construtoras, governos e população parecem viver em mundos diferentes?

1960-2010: Desigualdade territorial na oferta de luz, água, esgoto e coleta de lixo

Em cinco minutos, esta animação mostra como a oferta de água, luz, esgoto e coleta de lixo, mudou entre 1960 a 2010 no Brasil. O vídeo retrata o aspecto territorial da desigualdade: em geral, a oferta de serviços cresce primeiro nas regiões mais ricas para depois chegar às áreas mais pobres do país. A peça se baseia no livro “Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos 50 anos”, organizado pela cientista política Marta Arretche e produzido pelo Centro de Estudos da Metrópole, que, a partir de dados dos censos de 1960 a 2010, traça o caminho que o Brasil percorreu nessas décadas. Para mais informações, veja o capítulo 7 do livro, “Trazendo o conceito de cidadania de volta: a propósito das desigualdades territoriais”, de autoria de Marta Arretche.