Primeira patente concedida à Ufes

A redução de sal no petróleo gera economia no bombeamento e transporte do produto. Foto: Divulgação
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–Por Jorge Medina–

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) concedeu à Ufes o reconhecimento da patente “Processo e Sistema para Extração de Sais de Petróleo Leves e Pesados”. Trata-se de um invento construído pela Ufes que oportuniza o tratamento do óleo do petróleo com uma remoção mais eficaz e segura da extração de sais. O Inpi é um órgão federal, vinculado ao Ministério da Economia, responsável pelo registro e concessão de marcas e patentes.

Os procedimentos do invento se destacam dos processos já existentes devido à sua eficiência e à diminuição de riscos de explosão e acidentes, já que a extração dos sais ocorre em frascos maiores que no método padrão. O invento apresenta ainda as vantagens de ter um custo reduzido e mais segurança, quando comparado às outras tecnologias.

Essa patente, datada de fevereiro deste ano, foi a primeira concedida à Ufes pelo Inpi e é resultante de uma parceria entre a Universidade e a Petrobras que, juntas, vêm realizando pesquisas na área de petróleo e inovações tecnológicas nas últimas décadas.

A pesquisa

A pesquisadora do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Metodologias para Análises de Petróleo (LabPetro) da Ufes e uma das idealizadoras dos estudos que resultaram no reconhecimento da patente, Cristina Maria dos Santos Sad, explica que a porcentagem de sal existente no petróleo deve ser mantida abaixo de certos limites, pois o petróleo com excesso de sal afeta a carga das unidades, ocasionando a sua redução.

“Produzir óleos com boa qualidade e com baixa quantidade de sal também ajuda a minimizar a energia requerida para o seu bombeamento e transporte, pois os sais contidos no petróleo constituem uma grande fonte de corrosão nos equipamentos de destilação das refinarias. Esta inovação é um processo para extração de sais de óleo cru, de modo a extrair o teor de sais por meio de agitação mecânica, sem aquecimento constante”, explica a pesquisadora.

A nova tecnologia apresenta também método para melhorar a dessalinização de óleo, formando emulsões instáveis de água em óleo. “A invenção inclui ainda uma melhoria no método eletrostático e no aparelho para tratamento de emulsões de água e óleo, secagem e dessalinização. A emulsão é introduzida em um campo eletrostático onde a água da emulsão é separada do petróleo”, afirma Cristina, acrescentando que o invento pode contribuir para diminuir os custos da exploração do petróleo da camada do pré-sal.

Além de Cristina Maria dos Santos Sad, participaram da pesquisa os servidores técnico-administrativos Roberta Quintino Frinhani Chimin e Carlos José Fraga, e os professores Milton Koiti Morigaki e Eustáquio Vinícius Ribeiro de Castro, todos do Departamento de Química da Ufes.

A Ufes possui, atualmente, 98 pedidos de patentes que estão depositados no instituto esperando o registro, sendo 11 do LabPetro. No Brasil, uma pesquisa ou um trabalho leva em média 12 anos para ser aprovado e tornar uma patente.

Conheça outros pedidos de patentes depositados pela Ufes

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