Título: A Produção Territorial da (In)Existência: Os Pescadores Artesanais Marítimos e o Neoextrativismo nas Comunidades de Barra do Riacho e de Barra do Sahy, Município de Aracruz-ES”
Prof. Dr. Roberto Garcia Simões (UFES) – Examinador Interno
Profa. Dra. Cátia Antônia da Silva (UERJ) – Examinadora Externa
Profa. Dra. Gicélia Mendes da Silva (UFS) – Examinadora Externa
A Tese de Doutorado visa analisar o desenvolvimento e as consequências da produção territorial brasileira contemporânea, tendo por enfoque áreas que apresentam diferenciais geográficos, os quais se tornam alvo de assédio neoextrativista, mas se encontram usados e ocupados por Povos e Comunidades Tradicionais cujos modos de vida não se relacionam aos modos de produção que ali desejam se inserir. Para tanto, partimos da hipótese de que o objetivo do poder estatal é o de amparar processos de desapropriação destes territórios e a consequente expulsão daqueles que preteritamente nele se encontravam, de preferência dissimulando todos os riscos e danos promovidos contra a existência destes grupos. Logo, pautando as abordagens na matriz foucaultiana, a partir de observações do próprio filósofo francês e de outros autores que seguiram e/ou retrabalharam seu construto teórico-conceitual, essa pesquisa busca observar como os valores neoliberais se coadunam aos interesses neoextrativistas em uma empreitada que se dedica a promover a inexistência de aspectos socioambientais para que prevaleça a existência de aspectos político-econômicos. Desta forma, o possível desenvolvimento de um processo/projeto de Produção Territorial da (In)Existência é posto sob análise através da observação do que vem se passando com as comunidades de pescadores artesanais e marisqueiras de Barra do Riacho e de Barra do Sahy, ambas vizinhas e localizadas no Município de Aracruz, Espírito Santo-Brasil. Assim, os pressupostos criados frente a nossa hipótese foram postos a prova, demonstrando que, o futuro da pesca artesanal se mostra pouco promissor na região, tendo em vista esboçar uma inexistência cada vez mais plausível para estes, enquanto os vazios materiais e simbólicos deixados no território são reapropriados pelo neoextrativismo e sua busca por concretizar uma racionalidade espacial que pouco parece se importar, ou até mesmo ser punida, pelos malefícios ocasionados.
Palavras-chave: Produção Territorial da (In)Existência; Pescadores Artesanais; Neoextrativismo; Comunidades Tradicionais; Aracruz-ES.