Concluídas

Tese de Doutorado concluída por Erick Alessandro Schunig Fernandes, intitulada: 
“A Agenda XXI como construção mítica da cidade através do discurso do planejamento estratégico em municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória-ES”.

Resumo:
O estudo analisa a Agenda 21 como uma proposta de organização da cidade que atendeu aos interesses de agentes dominantes, nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana, localizados na Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo. Sendo uma vertente do planejamento estratégico estatal, esse documento se revelou ineficaz nas cidades mencionadas quanto à proposta de uma governança equânime, tal como preconizam as diretrizes da Agenda 21 global e brasileira, concernente a ideia de uma cidade mais justa. Contudo, se constituiu num instrumento voltado para a elaboração de uma imagem sobre a cidade, sintetizando e apresentando-a como um produto. Acreditamos que a sua construção tem por base o mito, valendo-se de mecanismos simbólicos para consolidar um projeto hegemônico de agentes econômicos. Em nossa análise, buscamos compreender como esse documento foi utilizado enquanto um discurso idealizador da cidade, a fim de ganhar a adesão da população e obliterar as desigualdades existentes.

Palavras-chave:
Agenda 21. Heterotopia. Mito. Discurso ideológico. Planejamento da
cidade.

Disponível em: Sistema Acadêmico da Pós-Graduação da Ufes.

Tese de Doutorado concluída por Francismar Cunha Ferreira, intitulada: 
“A organização territorial e produtiva da indústria do petróleo: o caso do grupo Petrobras no Brasil e no Espírito Santo”.

Resumo:
A tese analisa o circuito espacial da produção de petróleo e gás do grupo econômico Petrobras no território nacional e de maneira detalhada no estado do Espírito Santo. Parte da hipótese de que esse circuito implica em uma configuração e organização territorial singular e multidimensional. Singular pelo fato de estruturar no território uma ampla e diferenciada rede de infraestruturas, unidades produtivas e força de trabalho que movimentam, articulam e integram, por meio de fluxos materiais e imateriais, diferentes frações territoriais, agentes e escalas implicando em diferentes efeitos no território como polarizações e hierarquizações. Além disso, a multidimensionalidade se deve ao fato de o circuito apresentar conjuntamente elementos que são de ordem econômica, espaçotemporal, política, geopolítica, entre outras. Metodologicamente, além da revisão bibliográfica sobre geografia econômica, em especial sobre grupo econômico e circuito espacial da produção, foram levantadas informações a partir da ANP, IBGE, Petrobras, Portal da Transparência, RAIS, trabalhos de campo e entrevistas com trabalhadores próprios e terceirizados da Petrobras. A hipótese levantada se confirmou. A singularidade da configuração e organização territorial se deve a maneira dispersa pelo território nacional e capixaba, mas ao mesmo tempo, concentrada em áreas produtivas e nas metrópoles, que formam os nós/polos do circuito. Esses últimos, estabelecem um conjunto de fluxos e relações que revelam, por um lado, uma hierarquização no circuito onde se tem a metrópole carioca como principal nó/polo, seguida pelas metrópoles que sediam as Unidades de Negócio da Petrobras como Vitória-ES, juntamente com bases operacionais especializadas como o caso de Macaé-RJ. Por outro lado, em relação ao aspecto multidimensional, nota-se marcantes transformações espaçotemporais no circuito, em especial, a partir de 2016, quando se inicia uma nova fase da indústria petrolífera brasileira que denominamos de “A desverticalização da Petrobras e as novas regulações do setor de petróleo e gás no Brasil”. Essa fase se caracterizada pela intensificação do neoliberalismo que tem implicado em profundas, rápidas e bruscas transformações no circuito que são internas e externas à Petrobras, que se evidenciam basicamente a partir de mudanças de marcos regulatórios e pela privatização de ativos do grupo econômico. Além disso, destaca-se a dimensão econômica, manifestada especialmente pelas disputas no entorno das rendas petrolíferas sob a forma de royalties e participação especial. Essas que se distribuem de maneira desigual pelo território nacional e capixaba, se concentrando de maneira expressiva nos estados e municípios costeiros do Sudeste que são confrontantes aos principais campos produtores de petróleo da região do pré-sal. Esse desequilíbrio na distribuição dessas rendas até foi questionado em contexto histórico e político especifico, o que levou a uma alteração das regras de distribuição das mesmas, entretanto, em função, dentre outras coisas, de disputas de forças políticas, os efeitos das novas regras foram suspensos, possibilitando assim, a manutenção da concentração de rendas em determinados territórios, mantendo o petrorentismo e reafirmando não apenas as desigualdades e os desequilíbrios na distribuição das rendas, mas também as desigualdades territoriais.

Palavras-chave:
Petrobras. Circuito espacial da produção. Grupo econômico. Royalties. Neoliberalismo.

Disponível em: Sistema Acadêmico da Pós-Graduação da Ufes.

Tese de Doutorado concluída por Vivian Albani, intitulada: 
“O circuito espacial produtivo da indústria de vestuário em Colatina (ES): a reestruturação produtiva e os dois circuitos da economia urbana”.

Resumo:
A organização do processo produtivo do circuito espacial de produção da indústria de vestuário possui como característica uma grande quantidade de terceirizações e subcontratações. O processo de reestruturação produtiva baseado na flexibilidade do processo produtivo, na concorrência externa e nas constantes mudanças da moda contribuem para que as empresas que controlam a produção ampliem a terceirização e as subcontratações de serviços de facções domiciliares e não domiciliares. Dessa forma, esta tese faz uma articulação entre o circuito espacial de produção e a teoria dos dois circuitos da economia urbana, buscando compreender a atual organização produtiva da indústria de vestuário em Colatina, ES, e como esse circuito produtivo gera uma divisão territorial que define as atividades do circuito superior e do circuito inferior, bem como as atividades do circuito superior marginal. Além disso, busca compreender como essa mesma organização produtiva de empresas e facções da cidade, baseadas em uma relação de vizinhança, cooperação e aprendizagem mútua conferem uma singularidade na indústria de vestuário em Colatina. A partir dessa análise, foi possível compreender que os dois circuitos da economia urbana continuam a se relacionar de maneira complementar e subordinada a partir de circuitos produtivos cada vez mais amplos, nos quais o circuito superior se fortalece com base no aumento da degradação das condições de trabalho do circuito inferior, em especial das costureiras das facções domiciliares e na ampliação do circuito superior marginal. Por outro lado, esta tese também revela que a relação de cooperação, concorrência e a inovação, características de um distrito industrial, permitem que a indústria de vestuário em Colatina permaneça ativa até os dias atuais.

Palavras-chave:
Indústria de vestuário. Dois circuitos da economia urbana. Circuito espacial produtivo. Reestruturação produtiva.

Disponível em: Sistema Acadêmico da Pós-Graduação da Ufes.

Tese de Doutorado concluída por Zandor Gomes Mesquita, intitulada: 
“Entre a “di-visão”, o “arte-fato” e os “meios”: a “invenção” da região Norte Fluminense”.

Resumo:
As discussões empreendidas na tese têm como base de investigação a análise de duas questões principais: (1) quais são os processos que influenciaram a conformação do Norte Fluminense? (2) Das diferentes dinâmicas desenvolvidas nessa espacialidade, do século XVI até a atualidade, quais ainda se fazem presentes e caracterizam o regional? Acredita-se que a partir do entendimento desses diferentes pontos, faz-se possível compreender o Norte Fluminense de hoje, ressaltado no cenário nacional por receber Grandes Projetos de Intervenção (como o Porto do Açu, a exploração petrolífera da Bacia de Campos, entre outros que ainda estão em fase de elaboração), mas marcado por relações que se vinculam ao período áureo da atividade canavieira. Parte-se da ideia de que a constituição de uma região, como ressalta Bourdieu (1989) provém de um processo de “di-visão” ou, como aponta Haesbaert (2018), é um “arte-fato”. Assim, a região é um produto de determinado período, influenciado por processos contextuais, historicamente construídos, ligados a ela. Ao mesmo tempo, a região exerce influência direta na composição das dinâmicas que irão lhe conformar. Com isso, ela deve ser enfatizada tanto por seus aspectos concretos, ressaltando as características de sua delimitação, quanto por seu plano abstrato, explicitando as questões relacionais que se fizeram presentes na sua materialização. Assim, tem-se a ideia de que não há como compreender a formação regional sem enfatizar os processos que se sucederam e que influenciaram as dinâmicas que conformam a região. No caso do Norte Fluminense, suas bases de constituição datam do início da colonização brasileira, no século XVI, mas os traços mais marcantes são constituídos na virada do século XIX e início do século XX, momento no qual a atividade canavieira ganha notoriedade no cenário nacional, reforçando a estruturação regional e as relações sociais, políticas e econômicas que caracterizam a região. Contudo, a partir da segunda metade do século XX, principalmente após a década de 1970, com o declínio do setor sucroalcooleiro e a intensificação da produção de petróleo na Bacia de Campos, novas dinâmicas são instituídas nesse regionalizar. Com a busca dessas respostas, acredita-se que haverá uma melhor possibilidade de compreensão dessa complexidade que constitui o Norte Fluminense atual.

Palavras-chave:
Região. Regionalização. Norte Fluminense.

Disponível em: Sistema Acadêmico da Pós-Graduação da Ufes.

Trabalho de Conclusão de Curso concluído por Gabriel Roccon, intitulada:
“Os percursos das águas e dos descartes de resíduos sólidos em Feu Rosa e Vila Nova de Colares, Serra/ES: uma experiência de trabalho de campo da disciplina de Geografia Econômica em colaboração com o Centro de Referência das Juventudes”.

Resumo:
O presente relatório se constitui enquanto registro e espaço para breves reflexões, a partir de um trabalho de campo organizado coletivamente nos bairros Feu Rosa e Vila Nova de Colares (Serra/ES), enquanto parte das atividades referentes à disciplina de Geografia Econômica da Ufes ministrada pelo professor Cláudio Zanotelli no período de 2023-1, e que contou com o apoio de integrantes da equipe de gestão do Centro de Referência das Juventudes (CRJ) Feu Rosa. A atividade de campo foi planejada com a intenção de possibilitar um panorama geral dos bairros, os quais expressam muito nitidamente as diversas contradições do processo de constituição da Região Metropolitana da Grande Vitória. A proposta da aula de campo partiu de alguns conceitos e provocações de forma a buscar elementos que nos ajudassem a
compreender os processos de formação e transformação territoriais, a geo-história, a ocupação urbana, a economia destruidora, a devastação ambiental e a poluição, no contexto das discussões sobre o antropoceno e o capitaloceno, e a partir da ótica da cidade enquanto lugar de ação dos processos neoliberais, mas também lugar de resistências e ações de transformação (ZANOTELLI, 2021). Foi possível constatar o empenho coletivo dos quatro trabalhos que se apresentaram no seminário final da disciplina, no sentido de pensar a partir de perspectivas que viabilizem uma economia solidária, construtiva, coletiva, comum, local, comunitária, territorial e que apresentem alternativas possíveis de ação para enfrentar notadamente os problemas ambientais relativos aos efeitos sobre o meio das ocupações e atividades diversas.

Palavras-chave: Economia destruidora; Educação não-formal; Centro de Referência das
Juventudes; Feu Rosa; Vila Nova de Colares; Serra.

Disponível em: Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC).

Subprojeto de Pesquisa concluído por Ana Paula Félix de Carvalho Silva, intitulada: 
“Conflitos por usos dos territórios: o Terminal Aquaviário Norte Capixaba e as populações ribeirinhas de Barra Nova e Campo Grande em São Mateus-ES”.

Resumo:
Trata dos conflitos provocados pelas instalações do Terminal Aquiviário do Norte Capixaba da empresa Tanspetro sobre os usos territoriais da comunidade ribeirinha (Pescadores principalmente) das localidades de Campo Grande e de Barra Nova, em São Mateus, norte do Espírito Santo. A importância da pesquisa é de permitir trazer à luz injustiças socioespaciais recorrentes e que têm como causa a instalação de grandes infraestruturas industriais. A metodologia principal utilizada, além da revisão da literatura e de um mapeamento cartográfico das principais infraestruturas e equipamentos e dos espaços de proteção ambiental, é a da realização de trabalho de campo e entrevistas junto aos atores sociais do conflito: ribeirinhos, agentes públicos e representantes do Terminal Aquiviário Norte Capixaba. Espera-se desvelar os processos de espoliação social e ambiental provocados por enclaves territoriais instalados em territórios de diversidade social e ambiental.

Palavras-chave:
Conflitos socioambientais. Impactos das atividades do petróleo. Barra Nova. São Mateus – ES. Terminal Aquaviário Norte Capixaba. Petroleiras capixabas. Exploração de petróleo e gás. Geografia econômica.

Disponível em: Anais da Jornada de Iniciação Científica da Ufes

Subprojeto de Pesquisa concluído por Angela Beatriz Rosa da Silva de Oliveira, intitulada: 
“A geografia industrial: Estudo de caso das petroleiras capixabas”.

Resumo:
Visa realizar um levantamento e mapeamento das petroleiras capixabas atuando no território do Espírito Santo. Se buscará sistematizar as informações econômicas, de produção, de circulação e dos fluxos e, por outro lado, dos equipamentos e instalações destas empresas com o objetivo de verificar os “efeitos” da indústria do petróleo na economia local. A metodologia a ser utilizada é a de revisão da literatura, o levantamento de dados junto às instituições e à ANP, bem como obter informações das empresas pesquisadas. Procurar-se-á, igualmente, realizar trabalhos de campo e entrevistas com os responsáveis destas empresas.  Espera-se melhor conhecer estas empresas e sua importância para a economia local.

Palavras-chave:
Petroleiras capixabas. Exploração de petróleo e gás. Geografia econômica.

Disponível em: Anais da Jornada de Iniciação Científica da Ufes.

Subprojeto de Pesquisa concluído por Mateus Ribeiro de Souza, intitulada: 
“Transformações geoeconômicas do setor de gás no Espírito Santo”.

Resumo:
O gás natural aumentou nos últimos anos sua parcela na matriz elétrica e energética do Brasil. Entretanto, ao mesmo tempo, por um lado, mudanças significativas ocorreram no setor por meio do novo marco regulatório nacional do gás (Lei 14.134, de 2021) e, por outro lado, tem havido uma crescente participação no negócio do gás de empresas privadas nacionais e internacionais. Esse último aspecto está associado diretamente ao movimento de saída da Petrobras e de suas subsidiárias do tratamento, transporte e distribuição do gás. No caso do estado do Espírito Santo, que concentra cerca de 8,7% das reservas de gás natural do Brasil (ANP, 2020), além da saída da Petrobras do segmento, houve a iniciativa do governo estadual de criar a empresa ES Gás. Essa empresa, pública, deveria ter foco na distribuição de gás no estado, no entanto, pouco tempo depois de criada ele já está em processo de privatização o que nos deixa interrogativo sobre as reais motivações de sua fundação. Nos contextos de crescimento da participação do gás na matriz energética, de mudanças regulatórias, de privatizações no âmbito nacional (Petrobras e subsidiárias) e estadual (ES Gás) e da entrada de novos agentes nacionais e internacionais no setor de gás, o presente trabalho busca realizar um estudo geoeconômico do setor do gás natural no Espírito Santo a partir da pesquisa sobre as mudanças na regulação do setor, sobre o processo de privatização da ES Gás e sobre a inserção de novos agentes no setor.

Palavras-chave:
ES Gás. Petrobras. Privatização. Neoliberalismo. Gás Natural.

Disponível em: Anais da Jornada de Iniciação Científica da Ufes