Vídeo: O Dogma Central da Genética

Muito falamos em síntese de proteínas. Mas como este evento celular acontece?
Este vídeo explica de forma bem clara e didática.

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Suplementação com proteínas: Qual a melhor hora?

Pesquisas mostram que a suplementação com aminoácidos e proteínas promove uma maior incorporação de aminoácidos no músculo esquelético após o treinamento de força, elevando a síntese protéica e estimulando a hipertrofia muscular. Mas qual será a melhor hora de se fazer uso desta suplementação?

Esmark e colaboradores realizaram um estudo no qual homens treinaram um protocolo de exercício de força por 12 semanas. Parte consumiu proteínas imediatamente após a sessão de treinamento e parte 2 horas após esta sessão. Após as 12 semanas, o grupo que fez a suplementação imediatamente após o exercício apresentou um maior ganho de massa muscular, com maior diâmetro das fibras musculares.

Levenhagen e colaboradores, por sua vez, verificaram a influência do tempo de suplementação, imediatamente ou 3 horas após exercício intenso em bicicleta, sobre a incorporação de aminoácidos no músculo. Mais uma vez, a suplementação imediatamente após o exercício mostrou-se mais eficaz.

Já Tipton e colaboradores demonstraram que o consumo de aminoácidos, imediatamente antes do exercício levou a uma maior síntese protéica muscular quando comparado ao consumo feito imediatamente após. Os autores atribuem este efeito à uma maior entrega de aminoácidos aos músculos, devido ao aumento do fluxo sanguíneo nos músculos que estão sendo exercitados.

Em contrapartida, um outro trabalho (Rasmussen et al., 2000) não encontrou diferença no balanço líquido de aminoácidos entre os que consumiram aminoácidos 1 ou 3 horas após o exercício.

Que lição podemos tirar destes trabalhos? A existência de um período ótimo para suplementação protéica é uma questão ainda especulativa, mas atrativa e provável. De forma prática, devemos realizar esta suplementação nos momentos que cercam a sessão de treinamento, ou seja, imediatamente antes, e/ou imediatamente após. Desta forma, promovemos um maior estímulo da síntese protéica muscular, possibilitando maiores ganhos de massa muscular.

Bons treinos!

Referências Bibliográficas

ESMARCK et al. Timing of postexercise protein intake is important for muscle hypertrophy with resistance training in elderly humans. J. Physiol. 535:301-11, 2001.

LEVENHAGEN et al. Postexercise nutrient intake timing in humans is critical to recovery of leg glucose protein homeostasis. Am. J. Physiol. Endocrinol. Metab. 280:E982-93, 2001.

TIPTON et al. Timing of aminoacid-carbohydrate ingestion alters anabolic response of muscle to resistance exercise. Am. J. Physiol. Endocrinol. Metab. 281: E197-206, 2001.

RASMUSSEN et al., An oral essential aminoacid-carbohydrate suplement enhances muscle protein anabolism after resistance exercise. J. Appl. Physiol. 88:386-92, 2000.

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Lucas Guimarães

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Plasticidade Muscular: Parte 3

Sistema ubiquitina-proteassoma

O sistema ubiquitina-proteassoma é o sistema proteolítico mais recentemente descoberto, sendo dependente de ATP. A vasta maioria das proteínas celulares é degradada através deste sistema (CAO et al., 2005). Este processo proteolítico envolve a participação de um complexo enzimático denominado proteassoma 26S, formado por 2 subunidades regulatórias (19S) e uma subunidade catalítica (20S). A subunidade 19S reconhece proteínas “marcadas” com uma cadeia de ubiquitina, um peptídeo de 76 aminoácidos (CIECHANOVER, 2005).
Três componentes enzimáticos são necessários para ligar a cadeia de ubiquitina nas proteínas destinadas à degradação: as enzimas E1 (ativadora de ubiquitina) e E2 (proteínas conjugadoras de Ub) preparam a Ub para conjugação, enquanto que as E3 (Ub-ligases), as enzimas-chave do processo, liga a Ub à proteína, que é então reconhecida pelo proteassoma 26S, um complexo proteolítico multi-unidades e multi-catalítico que degrada as proteínas ubiquitinadas em fragmentos menores (figura 3; CAO et al., 2005; CIECHANOVER, 2005).


Fig 3: sistema ubiquitina-proteassoma (adaptado de Jefferson et al.,2001).

Existe apenas uma proteína E1, algumas E2, e milhares de E3. Desta forma, esta última é o componente que confere especificidade ao sistema (CAO et al., 2005). Das diversas ubiquitina-ligases conhecidas, está bem estabelecido na literatura que atrogin-1 (MAFbx), MuRF-1 e E3α têm grande importância no processo de atrofia muscular. (LECKER et al., 1999a; 1999b; 2004; BODINE et al., 2001; GOMES et al., 2001, JONES et al., 2004). Verificou-se que E3α atua em conjunto com uma proteína conjugadora de ubiquitina, denominada E214k, que também tem sua expressão aumentada em situações de atrofia (WING & BANVILLE, 1994; LECKER et al., 1999a; 1999b).
A ubiquitinação das proteínas é um processo reversível. Enzimas desubiquitinadoras desempenham um importante papel na proteólise ubiquitina-dependente, catalisando a remoção da Ub das proteínas, livrando-as da degradação (KIM et al., 2003).
Foi demonstrado que o passo inicial para a proteólise via sistema ubiquitina-proteassoma no músculo esquelético parece ocorrer pela ação da caspase-3. Uma vez que o proteassoma não é capaz de clivar diretamente os complexos de actomiosina e as miofibrilas, verificou-se que esta caspase cliva estas estruturas em peptídeos menores, com cerca de 14 kDa, que são então ubiquitinados e, assim, degradados pelo proteassoma 26S (DU et al., 2004; 2005). Além disso, há evidências indicando que as calpaínas poderiam também participar da clivagem inicial do complexo de actomiosina (HUANG & FORSBERG, 1998; WILLIAMS et al., 1999).
Em condições que levam à atrofia muscular, desvernação, hipertireoidismo e sépse, a utilização de um inibidor de proteassoma (MG132) reduziu a proteólise muscular em 70%, 40-70% e 100%, respectivamente, demonstrando a importância do sistema ubiquitina-proteassoma em condições de intenso catabolismo protéico muscular (TAWA et al., 1997).

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Nos próximos posts, discutiremos alguns mecanismos moleculares envolvidos no processo de hipertrofia muscular.

Lucas Guimarães

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Plasticidade Muscular : Parte 2

Proteases ativadas por cálcio

O sistema proteolítico dependente de cálcio foi descoberto na década de 60 (GUROFF, 1967) em neurônios de ratos, e identificado, posteriormente, em outros tecidos, dentre os quais o músculo esquelético (DAYTON et al., 1981; WHEELOCK, 1982). Este sistema depende da ação de proteases ativadas por cálcio, denominadas calpaínas (CROALL & DEMARTINO, 1991). Existem ao menos seis isoformas no músculo esquelético, sendo duas isoformas as principais: a µ-calpaína, e a m-calpaína (TIDBALL & SPENCER, 2002). A principal diferença entre estas isoformas está relacionada à afinidade de ativação pelo íon cálcio. Enquanto que a primeira (também denominada calpaína I) apresenta Km (concentração no qual a atividade é 50% da máxima) entre 5 a 50 µM de cálcio, a segunda (também denominada calpaína II) apresenta Km entre 200 a 1000 µM de cálcio (INOMATA et al., 1983, CROALL & DEMARTINO, 1991).

A ação proteolítica exercida pelas calpaínas parece ser iniciada por um processo de autólise da enzima, que acontece quando esta é exposta a concentrações suficientes de cálcio. Após a remoção de fragmentos de ambas as subunidades das calpaínas, estas apresentam um aumento da sensibilidade a este íon, tornando-se ativas (SAIDO et al., 1994). Entretanto, este mecanismo de ação, confirmado in vitro, é controverso quanto à sua importância in vivo (CARAFOLI & MOLINARI, 1998).

De forma contrária à ação das calpaínas, existe uma proteína, chamada calpastatina, que previne a ativação da proteólise dependente de cálcio, por inibir a ação das calpaínas (DU et al., 2005; GOLL et al., 2007). Desta forma, a relação calpaínas/calpastatina se mostra um importante fator no controle da taxa proteolítica por este sistema. A superxpressão de uma forma negativa da m-calpaína ou de um domínio inibitório da calpastatina em células musculares L8 diminuiu a degradação protéica em 30 3 63%, respectivamente (HUANG & FORSBERG, 1998). Em outro estudo, a superexpressão do transgene da calpastatina em camundongos provocou uma atenuação da perda de massa muscular no sóleo (~30%), em um protocolo de desuso por 10 dias (TIDBALL & SPENCER, 2002). Estes dados demonstram a participação das proteases ativadas por cálcio na degradação protéica muscular. A inibição foi parcial, pois as calpaínas não se mostram capazes de degradar todas as classes de proteínas sarcoméricas (GOLL et al., 2007), sugerindo a importância de outros sistemas proteolíticos neste processo.

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Filme: King Lines

Pra quem gosta de escalada e esportes de aventura, eu indico um filme: King Lines. Na minha opinião, o melhor filme de escalada já produzido. Com uma fotografia fantástica, imagens incríveis, mostra Chris Sharma buscando as vias mais alucinantes por todo mundo.

Chris Sharma é um verdadeiro fenômeno da escalada esportiva. Nasceu na Califórnia, EUA, e começou a escalar com 12 anos. Aos 14 venceu o campeonato nacional e já encadenou uma 5.14c (Necessary Evil). Aos 15 foi segundo colocado na copa do mundo de escalada, e já encadenava as vias mais difíceis dos EUA.

Assista o trailer e confira as imagens de tirar o fôlego:

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Plasticidade Muscular : Parte 1

Nessa série de postagens, vamos discutir um pouco sobre os mecanismos através dos quais o músculo esquelético se adapta às demandas a ele impostas. Ou seja, os mecanismos pelos quais há hipertrofia, em resposta ao treinamento, ou atrofia, na imobilização, por exemplo.

INTRODUÇÃO

O músculo esquelético tem sua forma e função altera em resposta a diversos estímulos que modificam a atividade contrátil (exercício, estimulação elétrica, desnervação), carga imposta sobre os músculos (exercícios com sobrecarga, microgravidade), suprimento de substratos (intervenções nutricionais) ou fatores externos como hipóxia e estresse térmico (FLUCK & HOPPELER, 2003). Os avanços nas técnicas de biologia molecular têm permitido a melhor compreensão dos mecanismos celulares e moleculares da plasticidade muscular, ou seja, de como este tecido se adapta às diferentes demandas impostas a ele (GOLDSPINK, 2003).


Figura 01: Estrutura do músculo esquelético

MECANISMOS DE PROTEÓLISE MUSCULAR

O Sistema Lisossomal

O lisossomo foi descoberto na década de 50, identificado primeiramente no fígado de ratos como uma estrutura vacuolar contendo enzimas hidrolíticas que atuam em pH ácido (CIECHANOVER, 2005). O sistema lisossomal contribui de forma importante para a proteólise em diversos processos celulares, tais como turnover de proteínas da membrana celular e degradação de ribossomos (JEFERSON et al., 2001). No músculo, diversas proteases lisossomais são expressas, como as catepsinas B, H, L e D, indicando que este sistema está envolvido na proteólise muscular (JEFERSON et al., 2001). Durante o jejum, os lisossomos contribuem para a taxa geral de proteólise no músculo esquelético, aumentando, particularmente, a degradação de proteínas não miofibrilares. Neste estado, a expressão do mRNA e a atividade da catepsina D encontram-se elevados (JEFERSON et al., 2001). Entretanto, o sistema lisossomal não parece ser a via principal para degradação de proteínas miofibrilares.

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No próximo post continuaremos discutindo os mecanismos de proteólise muscular, com os sistemas ativado por cálcio e ubiquitina-proteassoma.

Lucas Guimarães.

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Metabolismo e Função Celular da Creatina

A creatina é um composto que contém carbono, hidrogênio e nitrogênio, sintetizado nos rins, pâncreas e fígado (este último principalmente) a partir de três aminoácidos: glicina, arginina e metionina (PERSKY et al., 2003). Sua biossíntese envolve a ação de duas enzimas, a arginina:glicina amidinotransferase (AGAT) e a guanidinoacetato metiltransferase (GAMT). Diariamente aproximadamente 2g de creatina são convertidas, através de reação não-enzimática, em creatinina que atravessa livremente a membrana celular sendo posteriormente excretada pelos rins (GREENHAFF, 1997; WYSS; KADDURAH-DAOUK, 2000). A reposição dos estoques de creatina se dá tanto por síntese endógena quanto pela ingestão na dieta onívora típica. Os estoques intracelulares de creatina total gira em torno de 120-125mmol/kg de peso seco, resultando em cerca de 120g para um indivíduo de 70kg, sendo 95% deste valor encontrado no músculo esquelético (PERSKY et al., 2003). Um resumo do metabolismo da creatina consta na figura 1.

A creatina apresenta-se nas formas livre (Cr) ou fosforilada (CP). Quando fosforilada, atua na refosforilação do ADP, mediante a enzima creatina quinase (CK), contribuindo para a manutenção dos níveis intracelulares de ATP. Esta via energética é predominantemente utilizada no início do trabalho de contração muscular, bem como em esforços de curtíssima duração e alta intensidade. Desta forma, têm sido demonstrado que a suplementação com creatina monohidratada proporciona uma melhoria significativa em atividades de alta intensidade, ao aumentar os níveis intramusculares de creatina total (TCr) para cerca de 145 a 160 mmol/kg de peso seco (GREENHAFF et al., 1994), bem como proporcionar um aumento da ressíntese de CP durante a recuperação (WILLIAMS et al., 2000). A melhoria da performance é tanto maior quanto for o aumento destes níveis, ou seja, quanto maior for a diferença pré/pós-suplementação (GREENHAFF et al., 1994), o que explica o maior efeito ergogênico verificado em indivíduos vegetarianos, que não consomem creatina na dieta (LUKASZUK et al., 2002; BURKE et al., 2003).
A administração de creatina tem mostrado, ainda, efeitos no aumento da expressão de proteínas no músculo, como os MRFs (Myogenic Regulatory Factors – Fatores de Regulação Miogênicos), Miogenina, MyoD, Myf-5 e MRF-4 (HESPEL et al., 2001; WILLOUGHBY; ROSENE, 2003; LOUIS et al., 2004), IGF-I (LOUIS et al., 2004), bem com do transportador de glicose GLUT-4 (EIJNDE et al., 2001; DERAVE et al., 2003; JU et al., 2005).
Além da utilização no meio esportivo, com vistas à melhoria da performance, a suplementação de creatina tem se mostrado com grande relevância clínica, auxiliando o tratamento de doenças como artrite, insuficiência cardíaca congestiva, distrofia muscular (síndrome muscular de Duchenne), doença de McArdle, doenças mitocondriais e doenças neurológicas (PERSKY et al., 2003), bem como no auxílio da diminuição dos níveis de homocisteína sérica em indivíduos que apresentam quadro de hiperhomocisteinemia. (STEAD et al., 2001; MCCARTY, 2001; WYSS; SCHULZE, 2002).
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Lucas Guimarães
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Escalada Esportiva: Lesão nos dedos da mão

Uma das lesões mais comuns em atletas e praticantes recreativos da escalada esportiva, tanto indoor como em rocha, é a lesão das bainhas que protegem os tendões dos dedos da mão.
Nós não possuímos músculos nos dedos, os movimentos de flexão dos dedos que tanto fazemos uso na escalada são produzidos por músculos presentes no antebraço: o flexor profundo dos dedos (FPD) e o flexor superficial dos dedos (FSD).
Pois bem, estes tendões se inserem nas falanges médias (FSD) e distais (FPD) dos dedos da mão, passando pela palma, falange proximal e falange média. As bainhas (A1, A2, A3 e A4), fazem com que estes tendões mantenham-se próximos ao ossos das falanges, aumentando a força produzida no movimento de flexão dos dedos.

Quando utilizamos a pegada fechada, em agarras menores (closed crimp), a articulação interfalangiana distal sofre uma extensão completa, ou mesmo uma hiperextensão, enquanto que a articulação interfalangiana proximal é mantida em 90 graus. Isso causa uma pressão dos tendões FPD e FSD sobre essas bainhas, especialmente a A2 e A4. Cronicamente, isso pode ocasionar pequenas lesões a estas estruturas. Ou mesmo o pior, podem sofrer ruptura completa, especialmente se o indivíduo está fazendo a utilização da pegada fechada e perde o apoio do pé, transferindo muita carga aos dedos. Nestes casos, os escaladores relatam que ouvem um “pop”, seguido de dor intensa.

Esta lesão provoca dor e limitação de movimento de flexão dos dedos. O mais comum é a ocorrência nos dedos anular e médio. O tratamento depende do grau da lesão, mas consiste em cessar as atividades de escalada imediatamente, tratamento com gelo 2x ao dia por uma semana e utilização de medicação anti-inflamatória. Estima-se que o tempo ideal, no caso de rupturas parciais, para voltar à escalada é em torno de 40 dias. Casos mais graves de ruptura completa podem necessitar de intervenção cirúrgica para reconstrução da bainha danificada. É muito importante que o indivíduo não retorne às atividades muito precocemente, logo que a dor cesse, pois na realidade a lesão ainda não foi completamente curada e com certeza haverá reincidência.
Bons treinos!
Lucas Guimarães
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Dietas Vegetarianas e Desempenho Esportivo

Resumo

As evidências atuais apontam benefícios da dieta vegetariana para a saúde humana. Contudo, a partir da adoção de práticas vegetarianas mais restritivas, confirmam-se os riscos à saúde. As dietas vegetarianas são caracterizadas pelo elevado consumo de carboidratos, fibras, magnésio, potássio, folato e antioxidantes, podendo apresentar deficiências em aminoácidos e ácidos graxos essenciais, cálcio, zinco, ferro e cobalamina. Pesquisas experimentais em humanos indicam que vegetarianos e não-vegetarianos apresentam capacidade aeróbica semelhante. Em relação ao desempenho em atividades de força e potência muscular, as pesquisas são escassas, mas as existentes não apontam diferenças significativas. Situações de risco cardiovascular têm sido confirmadas, devido ao provável quadro de hiperhomocisteinemia, em decorrência da baixa ingestão de cobalamina. As dietas vegetarianas são isentas de creatina, o que resulta em estoques musculares mais baixos nessa população. Possivelmente ocorrem alterações hormonais e metabólicas em resposta às dietas vegetarianas, como baixos níveis de testosterona e androstenediona. A função imune parece não ser prejudicada. Dessa forma, a prática de dietas vegetarianas apresenta-se compatível com a prática esportiva cotidiana, desde que bem planejada para evitar deficiências nutricionais.

Artigo completo publicado na Revista de Nutrição e disponível em:

Bons treinos!

Lucas Guimarães

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