Diamantes a porcos…

Se as pessoas não querem ou não conseguem seguir orientações médicas para viver melhor, por que acreditar que jovens estudantes vão seguir as sugestões de estudo de seus professores, especialmente quando essas sugestões contrariam seus desejos imediatos (tanto quanto imaturos)?

Infelizmente, parece que é típico desperdiçar tempo na juventude e se lamentar isso depois; mas se dar bons conselhos aos jovens estudantes não os ajuda, pelo menos nos livra da culpa de não avisar…

 

  • Theodore Dalrymple: Qualquer Coisa Serve. Ano 2011. Tradução: Hugo Langone. É Realizações: São Paulo, 2016: p.81, p.208:
    • “Como médico e psiquiatra, passei um terrível período de minha carreira tentando levar pessoas por um caminho que se me afigurava adequado e benéfico a elas. Não nutro quaisquer ilusões acerca do quanto fui bem-sucedido: acho que tive pouquíssimo sucesso. Na melhor das  hipóteses, plantei as sementes da mudança em vez de tê-la suscitado de modo propriamente dito. Meus pacientes muitas vezes haviam seguido rumos tão autodestrutivos que, se encarados de maneira imparcial e com um mínimo de bom senso, não poderiam conduzir a nada além de angústia, desespero e caos. Com efeito, não raro os próprios pacientes percebiam isso, ao menos do ponto de vista intelectual.”
    • “Lamento dizer que não fui um aluno muito bom: não levava jeito para aquilo [estudar fisiologia] e, para ser honesto, também não fui muito consciencioso. Hoje, gostaria de ter sido mais atento, mas à época eu só tinha ciência intelectual, e não emocional, de que a flecha do tempo só voa numa direção. Ainda achava que minha vida seria tão longa que haveria tempo para tudo e estava certo de que nenhuma omissão de minha parte teria consequências duradouras ou irrecuperáveis.”