O custo da incompetência

A incompetência pode sair caro!

Infelizmente, muitos estudantes universitários parecem não estar muito preocupados com a qualidade de sua formação acadêmica. Não dedicam ao aprendizado o devido tempo, atenção e esforço; conversam durante as aulas e reclamam da quantidade das tarefas; há os que copiam trabalhos, colam nas provas e até hostilizam professores.

Também há os que optam pelas faculdades privadas em detrimento das públicas porque nestas serão exigidos um mínimo de empenho para serem aprovados nas disciplinas.

Qual é o efeito?

Desperdício de tempo e recursos econômicos; frustração dos que  pagam pelo trabalho de incompetentes (por não terem ou conhecerem alternativas), danos patrimoniais, danos morais, danos físicos e até mortes!

Mortes?

Sim, pois a cada 3 minutos 2 pessoas morrem no Brasil por causa de falhas médicas evitáveis:

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2016/10/26/a-cada-3-minutos-mais-de-2-brasileiros-morrem-por-falhas-medicas-evitaveis.htm

Mesmo que metade dessas mortes possa ser atribuída, em última instância, às péssimas condições de trabalho dos médicos e enfermeiros nos hospitais, ainda assim, seria demasiado que uma morte a cada três minutos decorresse de falha médica.

Aptidões na Educação

Qual é o valor didático de agrupar estudantes segundo critérios que desconsiderem suas aptidões, suas predisposições, seus interesses?

Penso que a Educação deve buscar a formação integral das pessoas: intelectual, emocional, cultural, política, etc. No campo profissional, deve visar o desenvolvimento das aptidões/talentos pessoais e ampliar ao máximo as chances de todos conquistarem seus objetivos (idealmente escolhidos de modo tão autônomo e crítico quanto possível).

Algo fundamental que está fora de consideração no âmbito da educação formal (especialmente pública) são as aptidões pessoais. Dificilmente o sistema educacional atual pode ser mais repressor do que é, posto que agrupa em turmas pessoas com as mais diferentes aptidões, características intelectuais, aspectos emocionais ou interesses na perspectiva de que todos aprendam as mesmas coisas, do mesmo jeito e no mesmo ritmo. Tal arranjo tende fortemente a gerar uma situação em que todos perdem: os alunos, na medida em que não conseguem aprimorar suas aptidões e nem desenvolvem as capacidades para tomar decisões e iniciativas de modo racional; os professores, que têm que lidar com o desinteresse dos alunos e assumir a responsabilidade pelo seu aprendizado; a sociedade, que desperdiça muitos recursos financeiros e humanos no sistema educacional ineficiente e bastante castrador.

Naturalmente, o sistema educacional formal não deve ser guiado pelas vontades dos jovens, mas também não pode ser totalmente indiferente a elas. Em particular, as escolas deveriam constituir turmas por afinidade de interesses e nível de conhecimento pertinente – o que seria um modo razoável de respeitar as diferenças que realmente devemos levar em conta nas pessoas, com repercussões promissoras nos âmbitos social e econômico.

 


 

Aquilo de bom que a intelectualidade e os políticos não conseguem fazer pela educação, podem acabar sendo realizadas pela própria sociedade por imposição das circunstâncias: as mudanças das atividades econômicas e do mercado de trabalho estão alterando as necessidades de formação profissional e gerando novos modos de ensinar e aprender! Já há muitos exemplos disso e podemos encontrar inumeráveis discussões do que está acontecendo e das tendências para o futuro; enumero algumas:

  • Palestra TED de Andrew McAfee, “Como serão os empregos no futuro?”:
    • < https://www.ted.com/talks/andrew_mcafee_what_will_future_jobs_look_like?language=pt-br >
  • Palestra TED de Wingham Rowan, “A new kind of job market:
    • < https://embed.ted.com/talks/wingham_rowan_a_new_kind_of_job_market >
  • Documentário NT Jornalismo “O trabalho do futuro”:
    • < https://www.youtube.com/watch?v=oDcgWE_3VII >
  • Episódio do programa Globonews Especial “A crise do emprego e o mercado de trabalho no futuro” (abordando as mudanças no trabalho, alternativas para formação profissional e iniciativas empreendedoras):
    • < https://www.youtube.com/watch?v=VQ7SDizld8w >