Educação garante desenvolvimento econômico?

Elemento do senso comum atual é a ideia de que a educação proporciona desenvolvimento econômico. No nível individual ela é bem fundamentada, já que há uma correlação positiva entre nível educacional e renda média individuais; entretanto, os dados mostram que a ideia não vinga no âmbito nacional: o aumento do nível educacional de um país não garante seu desenvolvimento econômico (Pritchett, 2011; especificamente Table 1, p.371 ). Ou seja, a educação pode ser condição necessária, mas não é suficiente para um país ficar mais próspero e rico.

Pensando bem, é natural que a educação não garanta o desenvolvimento econômico de um país, pois este depende de vários outros fatores – por exemplo, conjuntura sociopolítica estável, sistema tributário favorável, cultura que valoriza/incentiva o empreendedorismo.

Uma conclusão importante disso é que investimentos governamentais em educação podem não dar o retorno esperado! Noutras  palavras, não basta o Estado investir em educação, é necessário algo mais.

Embora possa parecer frustrante  (especialmente para instituições de ensino e professores que defendem sua própria importância em termos da prosperidade individual ou social), há um aspecto positivo na dissociação entre educação e riqueza/economia: isso confronta a concepção (reducionista) de educação como valor econômico, mas deixa intocada a ideia (antiga) de que a educação é um valor humano.

Quer saber mais? Então leia:

  • Alison Wolf: Does Education Metter? Myths About Education and Economic Growth. Penguin: Londres, 2002.
  • L. Pritchett: Where has all the education gone? World Bank Economic Review Vol.15, no.3 (September 2001): 367. Link!

Disciplina discente no sistema de ensino antigo

Excerto de: Yuval Noah Harari: Homo Deus: uma breve história do amanhã. Tradução: Paulo Geiger. Editora Companhia das Letras: 2015. Capítulo 7 – Sobrecarga de memória. Seção As maravilhas da burocracia. (Citando: Stephen D. Houston (org.): The First Writing: Script Invention as History and Process. Cambridge University Press: Cambridge, 2004: p.222.)

“Um exercício de escrita de uma escola na antiga Mesopotâmia que foi descoberto por arqueólogos modernos nos dá uma ideia da vida desses estudantes, por volta de 4 mil anos atrás:

Eu entrei e me sentei, e meu professor leu minha tábua.

Ele falou: “Tem algo faltando!”.

E me castigou com a vara.

Uma das pessoas responsáveis falou: “Por que você abriu a boca sem minha permissão?”.

E me castigou com a vara.

O responsável pelas regras falou: “Por que você se levantou sem minha permissão?”.

E me castigou com a vara.

O porteiro falou: “Por que você está saindo sem minha permissão?”.

E me castigou com a vara.

O guardião do caneco de cerveja falou: “Por que você se serviu sem minha permissão?”.

E me castigou com a vara.

O professor sumério falou: “Por que você falou em acadiano?”.

E me castigou com a vara.

Meu professor falou: “Sua caligrafia não é boa!”.

E me castigou com a vara.”

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Aptidões na Educação

Qual é o valor didático de agrupar estudantes segundo critérios que desconsiderem suas aptidões, suas predisposições, seus interesses?

Penso que a Educação deve buscar a formação integral das pessoas: intelectual, emocional, cultural, política, etc. No campo profissional, deve visar o desenvolvimento das aptidões/talentos pessoais e ampliar ao máximo as chances de todos conquistarem seus objetivos (idealmente escolhidos de modo tão autônomo e crítico quanto possível).

Algo fundamental que está fora de consideração no âmbito da educação formal (especialmente pública) são as aptidões pessoais. Dificilmente o sistema educacional atual pode ser mais repressor do que é, posto que agrupa em turmas pessoas com as mais diferentes aptidões, características intelectuais, aspectos emocionais ou interesses na perspectiva de que todos aprendam as mesmas coisas, do mesmo jeito e no mesmo ritmo. Tal arranjo tende fortemente a gerar uma situação em que todos perdem: os alunos, na medida em que não conseguem aprimorar suas aptidões e nem desenvolvem as capacidades para tomar decisões e iniciativas de modo racional; os professores, que têm que lidar com o desinteresse dos alunos e assumir a responsabilidade pelo seu aprendizado; a sociedade, que desperdiça muitos recursos financeiros e humanos no sistema educacional ineficiente e bastante castrador.

Naturalmente, o sistema educacional formal não deve ser guiado pelas vontades dos jovens, mas também não pode ser totalmente indiferente a elas. Em particular, as escolas deveriam constituir turmas por afinidade de interesses e nível de conhecimento pertinente – o que seria um modo razoável de respeitar as diferenças que realmente devemos levar em conta nas pessoas, com repercussões promissoras nos âmbitos social e econômico.

 


 

Aquilo de bom que a intelectualidade e os políticos não conseguem fazer pela educação, podem acabar sendo realizadas pela própria sociedade por imposição das circunstâncias: as mudanças das atividades econômicas e do mercado de trabalho estão alterando as necessidades de formação profissional e gerando novos modos de ensinar e aprender! Já há muitos exemplos disso e podemos encontrar inumeráveis discussões do que está acontecendo e das tendências para o futuro; enumero algumas:

  • Palestra TED de Andrew McAfee, “Como serão os empregos no futuro?”:
    • < https://www.ted.com/talks/andrew_mcafee_what_will_future_jobs_look_like?language=pt-br >
  • Palestra TED de Wingham Rowan, “A new kind of job market:
    • < https://embed.ted.com/talks/wingham_rowan_a_new_kind_of_job_market >
  • Documentário NT Jornalismo “O trabalho do futuro”:
    • < https://www.youtube.com/watch?v=oDcgWE_3VII >
  • Episódio do programa Globonews Especial “A crise do emprego e o mercado de trabalho no futuro” (abordando as mudanças no trabalho, alternativas para formação profissional e iniciativas empreendedoras):
    • < https://www.youtube.com/watch?v=VQ7SDizld8w >

 

Universidades Globalizadas

As universidades estão se globalizando, naturalmente. Aquelas mais articuladas estão gerando uma revolução educacional, com o desenvolvimento de novas características, novos recursos e novas metodologias de ensino, pesquisa e extensão.

Universidades on-line

Diversas instituições de ensino superior no Brasil e no mundo têm aderido a ideia de ofertar cursos gratuitos pela Internet [Co2013] [Ri2013]. É uma adesão natural e necessária, pois esses cursos requerem relativamente poucos investimentos em recursos materiais e humanos, enquanto podem trazer enormes benefícios, dentre os quais um grande número de pessoas alcançadas e a alta qualidade dos cursos.

Uma revolução no ensino está em curso e a tendência é de incorporar definitivamente os recursos digitais e a internet :

“Mattos, da Perestroika, cita três momentos paradigmáticos da história da humanidade: a revolução agrícola, a industrial e a digital. Esta última, acontece agora. ‘Estamos surfando numa onda e não sabemos onde nem como ela vai quebrar. Tudo indica que teremos muitas mudanças daqui para frente’, prevê o educador.” [Go2013]

Imagino que grandes e pequenas universidades têm seus nichos, pois há tanto generalidades quanto particularidades nos temas de estudo, métodos de ensino e modos de aprendizado. O que nenhuma instituição de ensino superior pode fazer é “perder o bonde da história”…

Em sintonia com a tendência para fazer educação através da Internet, o Departamento de Matemática Aplicada do CEUNES decidiu em 2012 criar o “Portal da Matemática”, cujo atual endereço eletrônico é: http://www.matematica.saomateus.ufes.br

Ciberinfraestrutura: Certamente pensando nas especificidades do ensino e da pesquisa com base na Internet, a diretora adjunta de Internet Avançada da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Iara Machado, defende que as atividades acadêmicas e de ensino tenham sua própria “ciberinfraestrutura”:

“Um perímetro da rede deve ser desenhado para que equipamentos, configurações e políticas de segurança sejam otimizados para aplicações científicas de alto desempenho, em vez de atender requisitos genéricos de computação corporativos ou de negócios.” [As2013]

Flexibilidade Curricular

O uso intensivo de recursos on-line é apenas uma das novas características das universidades globalizadas; dentre outras, destacam-se: currículos flexíveis, atividades extra-curriculares e multidisciplinaridade. Depois de apresentar as realizações de três estudantes de engenharia, José Roberto Cardoso pergunta:

“Será que não precisamos refletir sobre o papel da universidade na formação de nossos jovens, em particular de nossos jovens engenheiros? O que fazer para navegar de uma estrutura rígida e cristalizada, que nos confina em silos, para uma estrutura flexível e moldável, na qual a especialização seja substituída pela visão sistêmica de um problema[?]” [Ca2013]

Referências

[Co2013] Carolina Cortez (Valor Econômico): Universidades lançam cursos gratuitos on-line. JC e-mail 4736, de 29 de Maio de 2013. Link!

[Ri2013] Sabine Righetti (Folha de S.Paulo): USP lança curso on-line de física e de estatística. JC e-mail 4744, de 11 de Junho de 2013. Link!

[Go2013] Patricia Gomes (Portal Porvir): Quando a revolução do ensino superior bate à porta. JC e-mail 4745, de 12 de Junho de 2013. Link!

[As2013] Ascom RNP: “Campus do futuro” pede infraestrutura própria, diz diretora da RNP. JC e-mail 4736, de 29 de Maio de 2013. Link!

[Ca2013] José Roberto Cardoso: O fim da escola de engenharia como a conhecemos. JC e-mail 4566, de 21 de Agosto de 2012. [Link!]

Bom professor? Somente se foi bom estudante…

A professora Jonilda leciona no interior da Paraíba e consegue ensinar Matemática com sucesso. Dentre seus frutos já se contam 22 alunos premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática.

Jonilda se destaca como professora, mas acho que ela teve mais mérito por ter sido uma excelente estudante (no seu curso de graduação) – pois foi quando realmente superou o ciclo vicioso do “ensino ruim”:

“Eu aprendi a matemática com o cálculo “pronto”. Quando fui fazer a licenciatura e o curso exigia que eu escrevesse para justificar os cálculos, sofri muito para aprender isso.” [*]

> Fonte: Agência Senado: Com aulas práticas, alunos do interior da Paraíba se destacam em olimpíada de matemática. JC e-mail 4727, de 16 de Maio de 2013. Link!

— II —

O professor João Rosa Borges tem usado com sucesso um método para incentivar alunos a estudar Matemática baseado na promoção dos estudantes com maior redimento. Isso pode ser controverso, mas acho válido.

> Fonte: Correio Brasiliense (DF): Eles são cobras em Matemática: Método motivacional de professor busca despertar maior interesse dos alunos pelos números e cálculos. Todos Pela Educação, 26 de Maio de 2013. Link!

Globalização do Trabalho

Globalização!

Já foi o tempo em que os estudantes tinham razoável certeza de que poderiam trabalhar na mesma região em que estudavam, mesmo que sua profissão exigisse trabalho presencial.

Atualmente, um brasileiro com formação técnica de nível médio ou superior tem muitas possibilidades para obter emprego, mas elas estão espalhadas pelas cidades, estados do Brasil e países do mundo.

Para um jovem profissional, o mais provável de acontecer é que ele tenha que mudar da cidade natal ou de onde se profissionalizou para conseguir os melhores empregos na sua área, caso não seja possível trabalhar remotamente usando os recursos da Internet ou outro modo de comunicação a distância.

Ainda há fronteiras separando o trabalho dos trabalhadores, mas elas estão sendo reduzidas. Paralelamente ao aumento das oportunidades de trabalho, também tem aumentado a concorrência pelas vagas disponíveis. Talvez o saldo disso seja positivo, tal como  uma maior valorização da competência.

No Brasil, uma das obstruções para os brasileiros obterem trabalho em outros países é a falta de fluência em línguas estrangeira – um dos muitos de nossos problemas educacionais…

A BBC, rede de comunicação inglesa, lançou uma página na Internet com informações sobre “os 20 profissionais estrangeiros mais procurados” por diversos países do mundo. Destacam-se profissionais nas áreas de saúde e engenharias, inclusive tecnologia de informação:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130326_wanted_migrants_clickable.shtml

São Mateus – ES, 5/04/2013

Atualizações

[27/05/2013] Falando sobre o trabalho nas indústrias de produção de energia eólica, o executivo José Luis Menghini diz que o engenheiro tem que ser fluente em línguas estrangeiras: “Na parte de compras, todas as línguas são importantes, até o russo e o mandarim”; além disso, ele destaca a importância da disposição para viajar: “Não conheço nenhum parque eólico que fique perto da avenida Paulista”. Fonte: Dauro Veras (Valor Econômico): Carreiras que vão de vento em popa. JC e-mail 4727, de 16 de Maio de 2013. Link!

Educação e Liberdade

“Se a educação sozinha não pode tranformar a sociedade,
tampouco sem ela a sociedade muda.”

Paulo Freire (educador brasileiro)

“O aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um processo
pelo qual a criança cresce para a vida intelectual daqueles que estão ao seu redor.”

Lev Semyonovich Vygotsky (psicólogo russo)

Somos livres? Essa dúvida é legítima, embora possa parecer óbvio que a resposta deva ser positiva. Percebemos a pertinência da pergunta imediatamente ao tentar respondê-la, pois precisamos previamente esclarecer o significado de liberdade – um conceito já demasiadamente profundo…

Filosofia à parte, temos uma compreensão intuitiva do que seja liberdade e desejamos intensamente ser  livres: liberdade é a autonomia da vontade, o poder de escolher e, em particular, decidir o próprio destino. Cabe a questão: Como promover a liberdade, especialmente numa sociedade complexa e ubiqüamente regida por leis? A única resposta plausivel é: educando. A liberdade somente pode ser promovida educando o povo de modo a desenvolver indivíduos autônomos, ou seja, com a capacidade de perceber, compreender e julgar adequadamente seus impulsos e ações e também as estruturas e fatos sociais.

Somente um indivíduo realmente autônomo consegue ser realmente livre, assumindo uma postura crítica e agindo com autenticidade. Idealmente, esse indivíduo descontrói os argumentos dos sistemas de doutrinação, descobre as falácias da propaganda, desvenda as tentativas de manipulação; assim, suas pequenas e grandes escolhas serão sempre expressões de sua idiossincrática personalidade (não por serem exclusivas, mas por não serem imitações e nem o efeito de idéias inculcadas por agentes alheios).

A educação libertadora é (necessita ser) crítica e criativa – e não pode ser de outro modo. O conhecimento não basta: é necessário decidir o que conhecer em função de objetivos que são criados e devem ser criticados. O que pretendemos? Por que queremos uma coisa ao invés de outra? Como devemos alcançar nossos objetivos? Quais são as alternativas? O que é necessário saber para poder fazer…?

Educar é uma ação intrinsecamente sócio-política, eventualmente revolucionária. Num sociedade democrática, a educação libertadora é um imperativo porque a liberdade é uma componente essencial da própria democracia. Geralmente, a qualidade da democracia de um país pode ser medida pelo caráter da sua política educacional oficial. Por isso, a educação é um campo natural de disputas ideológicas envolvendo os diversos segmentos sociais.

Addendum: Opinião de Doris Lessing sobre a Educação

Existe ampla e original literatura sobre a relação entre educação e liberdade. Entretanto, aqui pretendo apenas citar uma opinião interessante sobre o assunto – uma que me impressionou bastante, quando a confrontei pela primeira vez em meados do ano 1999.

Os seguinte excertos foram extraídos do prefácio do livro O Carnê Dourado de Doris Lessing, publicado no Brasil pela Editora Record em 1972. Doris Lessing foi uma escritora francesa do século XX que compôs uma importante obra sobre temas feministas. No prefácio de O Carnê Dourado, Lessing analisa e critica a formação acadêmica de críticos literários na França, denunciando que a academia e outras instituições promovem uma sistemática destruição da criatividade natural e  delimitação da liberdade dos indivíduos. Entendo que sua crítica pode ser justamente extendida aos métodos pedagógicos e instrucionais vigentes em nossas instituições de ensino.

 

“Como na esfera política, ensina-se a criança que ela é livre, é uma democrata, dispondo de vontade própria e mente livre, morando num país livre, e podendo tomar suas próprias decisões. Ao mesmo tempo, ela é prisioneira das suposições e dos dogmas de sua época, que ela não questiona, porque nunca lhe disseram que eles existiam. Quando um jovem chega à idade em que precisa escolher (continuamos a aceitar sem discutir que a escolha é inevitável) entre as artes e as ciências, ele costuma escolher as artes porque julga que nesse campo há humanidade, liberdade e opção. Ele não sabe que já se emoldurou ao sistema, não sabe que a própria escolha é resultado de uma falsa dicotomia enraizada no coração de nossa cultura. Os que o percebem e que não querem submeter-se a mais padrões, tendem a ir embora, num esforço meio inconsciente e instintivo de encontrar trabalho onde eles, como pessoas, não serão divididos entre si mesmos. Com todas as nossas instituições, que vão desde a polícia até a academia, desde a medicina até a política, prestamos pouca atenção às pessoas que se afastam, formando aquele processo de eliminação que prossegue sem cessar e que exlui, muito cedo, os que são originais e reformadores, deixando os atraídos para uma coisa que é isso que eles já são. Um jovem policial abandona a polícia porque afirma não gostar do que tem de fazer. Um jovem professor abandona o ensino e repele o seu idealismo. Este mecanismo social ocorre quase sem ser percebido, mas é uma força poderoa na manutenção rígida e opressiva de nossas instituições.”
“Talvez não exista outra maneira de educar as pessoas. Possivelmente, mas não acredito. Nesse ínterim seria útil pelo menos descrever adequadamente as coisas, chamar as coisas por seus nomes corretos. Idealmente, o que se deveria dizer a toda criança, repetidamente, durante toda a vida escolar é algo  mais ou menos assim: ‘Você está no processo de ser doutrinado. Ainda não criamos um sistema de educação que não seja um sistema de doutrinação. Lamentamos, mas estamos fazendo o melhor que podemos. O que lhe estão ensinando aqui é um amálgama dos preconceitos atuais e das opções desta nossa cultura. A consulta mais ligeira à história revelará que aqueles dois itens são temporários. Você está sendo ensinado por pessoas que conseguiram acomodar-se a um regime de pensamentos transmitido por seus predecessores. É um sistema autoperpetuador. Os que, dentre vocês, são mais vigorosos e individuais do que os demais, serão incentivados a ir embora e a encontrar maneiras de se educar, educando seu próprio julgamento. Os que ficarem devem sempre lembrar, sempre, em todas as ocasiões, que estão sendo amoldados para se enquadrar nas tímidas e específicas necessidades desta determinada sociedade.’ “
Doris Lessing, junho de 1971: Prefácio de O Carnê Dourado. Editora Record, 2a. edição. Rio de Janeiro, 1972.