Excerto de: Yuval Noah Harari: Homo Deus: uma breve história do amanhã. Tradução: Paulo Geiger. Editora Companhia das Letras: 2015. Capítulo 7 – Sobrecarga de memória. Seção As maravilhas da burocracia. (Citando: Stephen D. Houston (org.): The First Writing: Script Invention as History and Process. Cambridge University Press: Cambridge, 2004: p.222.)
“Um exercício de escrita de uma escola na antiga Mesopotâmia que foi descoberto por arqueólogos modernos nos dá uma ideia da vida desses estudantes, por volta de 4 mil anos atrás:
Eu entrei e me sentei, e meu professor leu minha tábua.
Ele falou: “Tem algo faltando!”.
E me castigou com a vara.
Uma das pessoas responsáveis falou: “Por que você abriu a boca sem minha permissão?”.
E me castigou com a vara.
O responsável pelas regras falou: “Por que você se levantou sem minha permissão?”.
E me castigou com a vara.
O porteiro falou: “Por que você está saindo sem minha permissão?”.
E me castigou com a vara.
O guardião do caneco de cerveja falou: “Por que você se serviu sem minha permissão?”.
E me castigou com a vara.
O professor sumério falou: “Por que você falou em acadiano?”.
E me castigou com a vara.
Meu professor falou: “Sua caligrafia não é boa!”.
E me castigou com a vara.”