Juventude e Heroísmo

Se estão perdidos, quero encontrar;

Se estão desesperados, quero consolar;

Não quero pregar ilusões, nem fazer promessas vazias;

Quero ser verdadeiro,

Quero dar um modo de vida:

Sonhar e Lutar – ou seja,

Esperançar!

Mas, há que se ter heroísmo;

Há que se ser destemido;

Há que se buscar o paraíso

mesmo que todos o neguem,

e se afastar do abismo,

mesmo que todos o preguem.

  • “O homem dará a vida pela sua pátria, sua sociedade, sua família. Tomará a decisão de atirar-se sobre uma granada para salvar seus camaradas; ele é capaz da mais alta generosidade e do mais elevado auto-sacrifício. Mas tem que sentir e crer que aquilo que está fazendo é verdadeiramente heroico, transcendente ao tempo e extremamente significativo. A crise da sociedade moderna está precisamente no fato de que os jovens já não se sentem seres heroicos no plano de ação preparado pela sua cultura. Eles não acreditam que este plano seja verdadeiro para os problemas de suas vidas e de sua época. Estamos vivendo uma crise de heroísmo que atinge todos os aspectos da vida social. Há os que abandonam o heroísmo da universidade, outros, o da atividade econômica e de uma carreira, alguns o da atividade política. (…). A grande perplexidade e agitação de nossa época é que os jovens perceberam – sabe-se lá quais as consequências – uma grande verdade sócio-histórica: assim como há auto-sacrifícios inúteis em guerras injustas, também existe uma ignóbil atividade heroica de sociedades inteiras: pode ser a perversamente destruidora atividade heroica da Alemanha de Hitler ou o simples, degradante e tolo ato heroico da aquisição e exibição de bens de consumo, no acúmulo de dinheiro e de privilégios que agora caracteriza sistemas de vida inteiros, tanto capitalistas como soviéticos.”
    Ernest Becker: A Negação da Morte – 6a. edição. Tradução: Luiz Carlos do Nascimento Silva. Record: Rio de Janeiro, 2013: p.26.